GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS NO RS
2002-11-07
RESUMO: A implantação de políticas de gerenciamento de RSSS torna-se cada vez mais importante, não só para equacionar os problemas internos às instituições de saúde, como também para o melhor aproveitamento das áreas destinadas à disposição e ao tratamento de resíduos, em especial à busca de melhores tecnologias para minimização, reaproveitamento e reciclagem dos mesmos. A investigação inicialmente focalizou o município de Caxias do Sul, onde a coleta de dados (2000) atingiu 508 odontólogos. Destes, 58 profissionais responderam corretamente aos questionários e fizeram parte da amostra. A caracterização física e composição gravimétrica dos RSSO foi realizada com base nos resíduos infectantes gerados pela clínicas/consultórios ao longo de uma semana. A partir dos dados obtidos foram construídas estimativas de geração de RSSO do Estado do Rio Grande do Sul, aglutinados em três bacias hidrográficas. O índice de geração per capita obtido a partir dessa investigação permite realizar inferências para a geração estadual. Os dados obtidos demonstram que 18,6% dos resíduos considerados pelos odontólogos como infectantes são, na realidade, recicláveis ou comuns e, como tais, podem ser encaminhados à coleta regular. Demonstram ainda uma produção de RSSO per capita por dia de 0,180 quilos, sendo que a estimativa diária para o município de Caxias do Sul é de aproximadamente 92 quilos. A taxa de geração encontrada foi utilizada para estimar a produção diária de RSSO nas bacias hidrográficas Taquari-Antas (448,02 quilos por dia), Caí (219,87 quilos por dia), e Lago Guaíba (888,52 quilos por dia). A geração total de resíduos projetada para o Estado é de 22.640 quilos por dia, considerando-se os 12.509 odontólogos cadastrados no CRO. Diante da projeção deste cenário, a saúde ambiental requer providências no tocante ao estabelecimento de políticas públicas que privilegiam aspectos relacionados a impactos ambientais e à saúde individual e coletiva.
AUTORES: Vânia Elisabete Schneider, Maria Eugenia Turra Gastaldello e Nilva Rech Stedille, pesquisadoras do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade de Caxias do Sul (UCS); Camila Fernanda Plein, acadêmica do curso de Enfermagem da UCS.
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