ANÁLISE DO PROGRESSO TECNOLÓGICO NO SETOR FLORESTAL BRASILEIRO
2001-06-27
O setor e a atividade florestal brasileira experimentaram extraordinária evolução nos últimos anos a partir de novas técnicas de formação, condução e exploração de florestas plantadas. “As novas tecnologias foram desenvolvidas objetivando facilitar a substituição de fatores escassos, portanto, dispendiosos, por fatores relativamente abundantes e, portanto, baratos na economia”, explica o professor da Universidade Federal de Lavras, José Luiz Pereira Rezende, um dos palestrantes do 1o Simpósio Ibero-Americano de Gestão e Economia Florestal, que se realizará no período de 04 a 07 de julho, em Porto Seguro/BA. Segundo ele, a mudança tecnológica pode ser entendida como a aplicação de novos conhecimentos no processo de produção que promoverão uma mudança para cima na função de produção ou um movimento das isoquantas em relação à origem. A taxa de mudança tecnológica pode ser medida pela produtividade e pelos custos. “É incontestável que o avanço técnico no setor florestal brasileiro ocorreu, principalmente, em conseqüência de novas oportunidades econômicas, criadas por desenvolvimentos no setor não-florestal e por competição com mercados de outros países”, explica o professor, citando o exemplo do surgimento, no Brasil, das primeiras indústrias de MDF. Há três maneiras de estudar o progresso tecnológico. Primeiro descrever a evolução histórica do processo de produção de madeira de reflorestamento. Isto é, levantar qualitativamente as inovações tecnológicas ao longo do tempo, narrar cronologicamente o desenvolvimento de processos tecnológicos e enumerar a seqüência e o tempo das atividades inovadoras. Em segundo lugar analisar o padrão de crescimento da produção de madeira de reflorestamento, por exemplo, por meio do modelo shift-share, que é o estudo chamado econométrico ou de funções de produção. Terceiro, estudar a evolução dos coeficientes técnicos-econômicos ao longo do tempo. Por exemplo em 1980 a relação m3 de carvão/tonelada de gusa era de 4:1 evoluindo para 2,6:1 em 1998, a densidade do carvão evoluiu de 200kg/m3 para 270kg/m3 no mesmo período. Estas três maneiras de avaliar o progresso tecnológico serão mostradas durante o evento, que está sendo organizado pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, reunirá pesquisadores nacionais e internacionais para a discussão de temas florestais nas áreas de economia, planejamento, sistemas de apoio à gestão e tecnologia da informação. Será uma mostra das novas perspectivas científicas e tecnológicas que lidam com os problemas do setor florestal nessas áreas e uma oportunidade para realizar contatos e unir os interesses de institutos, empresas e universidades florestais do mundo ibero-americano. Maiores informações no endereço http://www.ipef.br/eventos/siagef/. Ou telefones (19) 430-8602 e 430-8603 e o e-mail é siagef@esalq.usp.br.