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2001-06-25
O Greenpeace denunciou na Sexta-feira (22/06), em Hong Kong, a madeireira Compensa por contribuir com a destruição do patrimônio ambiental da Amazônia. A empresa produz compensados e exporta para os Estados Unidos, Venezuela, Barbados, Ilhas do Caribe e outros mercados. Um novo relatório sobre as atividades predatórias da Compensa no Amazonas foi divulgado pelo Greenpeace durante a assembléia geral do grupo Fulbond International Holdings, que em joint-venture com o governo municipal de Tianjin, controla a empresa chinesa instalada em Manaus (AM). As principais atividades da Fulbond, listada na Bolsa de Valores de Hong Kong, são a produção e venda de produtos de madeira. O relatório do Greenpeace revela que a maioria da madeira consumida pela Compensa na produção de compensados destinados à exportação vem de fontes predatórias da floresta – cortes seletivos e desmatamento. A madeireira chinesa também já foi autuada pelo Ibama, agravando seu histórico de envolvimento com madeira ilegal. Vários dos seus fornecedores também estão envolvidos com práticas não-sustentáveis de extração de madeira. Só este ano, o Ibama apreendeu, em duas ocasiões, jangadas com madeira ilegal destinada à Compensa. Os madeireiros foram multados. “A Compensa continua a representar uma séria ameaça à floresta amazônica, por causa de seu longo histórico de envolvimento com fontes de madeira ilegais e destrutivas”, disse em Hong Kong a coordenadora da Campanha de Florestas do Greenpeace China, Leon Ko. “Quando companhias como a Fulbond compram madeira provenientes de práticas não-sustentáveis, elas estão apoiando diretamente a destruição de algumas das florestas mais ameaçadas do mundo”. Em Manaus, o engenheiro florestal Marcelo Marquesini, um dos autores do relatório do Greenpeace sobre a Compensa, disse que até mesmo a atividade aparentemente “sustentável” da Compensa – que produz uma pequena parte da madeira que consome em dois Planos de Manejo Florestal no município de Tefé (AM) – precisa ser investigada pelo Ibama, já que a exploração é feita sem o devido acompanhamento técnico. “O governo chinês, que se tornou um grande defensor da preservação das florestas primárias, deveria sair na frente e acabar com a importação de produtos florestais derivados de práticas não- sustentáveis”, completou Leon Ko. “Infelizmente, neste caso, o governo de Tianjin se envolveu com uma companhia ligada a crimes florestais. Esperamos que as autoridades chinesas tomem providências imediatas para corrigir esta situação e faça todo o possível para proteger florestas ameaçadas”, completou. O Greenpeace exige da Fulbond que pare de comprar madeira originada de fontes predatórias e se comprometa publicamente com práticas responsáveis para o comércio de madeira. O Greenpeace quer que a Compensa assuma um compromisso de se abastecer unicamente de madeira certificada pelo FSC em um prazo máximo de cinco anos. Atualmente, o FSC é o único selo internacional que dá aos consumidores a garantia de que os produtos de madeira provém de práticas ecologicamente sustentáveis.

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