O aumento do consumo de eletricidade nos centros urbanos tem levado à necessidade de repensar a estruturação das cidades e como elas poderiam depender em menor escala desse bem tecnológico ao mesmo tempo se tornando locais mais salubres. Neste sentido, a unificação das ferramentas do planejamento urbano-arquitetônico e as do planejamento energético é de suma importância ao desenvolvimento de estratégias mais fundamentadas com relação ao nosso habitat. A dissertação de Myrthes Marcele Farias dos Santos (COPPE/ Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2000) tem por objetivo discutir o tema energia elétrica e cidades e propor soluções de eficiência energética para a redução do consumo de energia elétrica nas cidades brasileiras, enfatizando o papel do desenho urbano e arquitetônico na busca de um meio ambiente com mais qualidade. A realização de um estudo de caso na cidade de Campos dos Goytacazes possibilitou constatar que estratégias inovadoras são perfeitamente viáveis, bastando, para isso, um planejamento prévio mais sensível ao estilo de vida urbano. No estudo são sugeridas e analisadas as seguintes soluções para a área em questão, não excluindo outras medidas de menor impacto: implantação de um sistema eficiente de iluminação das vias, otimização energética na iluminação do setor residencial, substituição de chuveiros elétricos por coletores solares para aquecimento de água nos setores residencial de alto padrão e hoteleiro, revisão do Código de Obras de Campos e proposta de conjuntos habitacionais para baixa renda com baixo consumo energético. Segundo os cálculos realizados, se esse conjunto de medidas fosse executado, resultaria em uma redução imediata de energia elétrica de, pelo menos, 5,4% do total atualmente consumido, além dos ganhos ambientais e sociais subseqüentes.