A questão ambiental tem sido amplamente discutida em nível nacional e internacional, tendo em vista a exploração desenfreada dos recursos naturais e a conseqüente geração de resíduos. A reciclagem de resíduos sólidos é uma da formas de atenuar este problema, reduzindo, por conseguinte, o impacto ambiental. A dissertação de mestrado de Antônio Freitas da Silva Filho (Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2001) avaliou a possibilidade de utilização da escória de ferro-cromo como agregado graúdo para a produção de concreto. Os estudos desenvolvidos consistiram na caracterização dos riscos ambientais e na caracterização física, química e mineralógica da escória de ferro-cromo. Foram avaliadas ainda propriedades no estado fresco (trabalhabilidade e massa específica) e no estado endurecido (resistência á compressão axial, resistência à tração por compressão diametral e absorção de água por sucção capilar) de concretos produzidos com agregado graúdo de escória de ferro-cromo, comparativamente com as propriedades apresentadas por concretos produzidos com agregado granítico. Vale ressaltar que, nesta pesquisa, foi enfocada, além das propriedades mecânicas e de durabilidade dos concretos produzidos, uma criteriosa avaliação do risco ambiental do uso da escória ferro-cromo, face à presença, em sua constituição química, do cromo e da possibilidade de ocorrência de outros metais pesados. Pelos resultados obtidos, pode-se verificar que a escória de ferro-cromo é um resíduo não-perigoso, sendo classificado, segundo a NBR 10004/1987, como resíduo de classe II, não-inerte. Conclui-se ainda pelo bom desempenho dos concretos confeccionados a partir de agregado graúdo da escória de ferro-cromo, no que se refere às suas propriedades mecânicas e de durabilidade, ficando caracterizada a viabilidade técnica do emprego deste resíduo na produção de concretos.