ASSEMBLÉIA FEZ CPI E GOVERNO ASSUMIU A BORREGAARD
borregaard
2002-06-28
A interdição das atividades da antiga Borregaard, entre o final de 1973 e março de 1974, não causou demissões. O consultor jurídico da empresa, Armando Farah, lembra que o emprego de três mil pessoas foi preservado. Até mesmo a direção da empresa na Noruega posicionou-se contrária às demissões. Para sanear os problemas ambientais, a empresa recebeu investimentos de US$ 2 milhões. Ao mesmo tempo, a Assembléia Legislativa realizava uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação das instalações da empresa e os respectivos danos ao meio ambiente. A reabertura da fábrica ocorreu por meio de compromisso oficial no sentido de a empresa corrigir o dano ambiental. Mas como a repercussão se estendeu até mesmo ao parlamento norueguês, os primeiros proprietários julgaram melhor a venda. Segundo Farah, o governo federal, na época sob a administração do general Ernesto Geisel, não hesitou em determinar que o BNDES e o Banco do Brasil assumissem as ações dos controladores estrangeiros. Entre 1978 e 1981, a Borregaard passou por um processo de modernização, implantando os controles hídrico e ambientais mais atualizados até então. Ao lado desse processo, a legislação ambiental brasileira tomou corpo, com o surgimento de decretos de zoneamento industrial e controle da poluição de unidades fabris. -Só na tecnologia de branqueamento da celulose, os investimentos, naquela época, foram de mais de US$ 100 milhões. Como o antigo Montepio da Família Militar (MFM) devia US$ 8 milhões ao Banco do Brasil, esse grupo assumiu o compromisso de modernização da empresa, juntamente com o BNDES e o BB, relata o consultor.