VIGÍLIA TECNOLÓGICA E CIENTÍFICA APROVEITAMENTO DE CINZA DE CARVÃO MINERAL NA AGRICULTURA
2002-06-21
A tese de doutorado de Jorge Luiz Martins (Programa de Pós-graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2001) trata do aproveitamento de resíduos de carvão vegetal na agricultura. A grande quantidade de cinza gerada pela queima de carvão mineral e a necessidade de redução e emissões sulfurosas advindas dessa queima fazem com que se busquem alternativas para diminuir essas emissões, assim como para a utilização racional dessa cinza. Com o objetivo de avaliar a viabilidade de utilizar cinzas sulfatadas e não-sulfatadas como fertilizante e corretivo de acidez do solo, foram conduzidos experimentos em laboratório e em casa de vegetação, com solo Podzólico Vermelho e Amarelo e solo regenerado de mina de carvão, usando como planta teste feijão - Phaseolus vulgaris L. A cinza não sulfatada e não intemperizada produzida pela Usina Temelétrica Presidente Médici (UTPM), quando aplicda ao solo, não corrigiu sua acidez, mas aumentou a resistência do feijão à antracnose e, quando aplicada com adubação, aumentou o rendimento da cultura. As cinzas sulfatadas resultantes do processo de dessulfuração produzidas em plantas piloto da URCAMP e da CIENTEC foram eficientes para a correção da acidez do solo, tendo uma equivalência em carbonato de cálcio de 3,75% e 16,8%, respectivamente. A cinza da CIENTEC aplicada ao solo (20, 40 e 80 toneladas por hectare) aumentou a absorção de enxofre, Mg, Ca e N, diminuiu a de Ni, Mn, Cu e Zn e não influenciou a absorção de B pelas plantas , enquanto a cinza UTPM não intemperizada (40, 80 e 160 toneladas por hectare) aumentou a absorção de B e S e diminuiu a de Mn, sendo que a absorção de Cd, Cr e Pb não foi afetada pelas doses dessas cinzas.