Publicação atualizada neste ano traz uma valiosa análise e reflexão sobre dois temas atuais e extremamente importantes: o manejo florestal e suas implicações no uso e conservação da água doce; e a ocupação e manejo integrado do território.
Uma publicação organizada pelo Diálogo Florestal, de autoria do Professor Walter de Paula Lima, o caderno A Silvicultura e a Água contém uma valiosa análise e reflexão sobre dois temas atuais e extremamente importantes para a Mata Atlântica e outros biomas brasileiros: o manejo florestal e suas implicações no uso e conservação da água doce; e a ocupação e manejo integrado do território. O autor apresenta de forma didática as bases científicas sobre esses temas, nos proporcionando maior clareza dos desafios que essa abordagem necessita. No contexto das estratégias para o uso e conservação da biodiversidade no Brasil um dos temas integradores de maior destaque refere-se à conservação da água doce ou águas interiores.
Inegavelmente, em diversas regiões do país, mas especialmente na Mata Atlântica, onde vivem cerca de 70% da população brasileira, já se manifestam limitações e demandas conflitantes no abastecimento de água para as necessidades da sociedade. A grave crise hídrica que assola o país desde 2014 reforça a extrema importância e a prioridade do tema, fato que suscita planejamento, discussões e ações integradas, e com uma visão de longo prazo, para a proteção, recuperação e uso racional dos recursos hídricos.
Dado o papel das florestas e outras formações naturais na conservação dos recursos hídricos que, em diferentes graus, influencia a quantidade, qualidade e constância do suprimento de água, evidencia-se ainda mais a importância de um Fórum como o Diálogo Florestal, ao somar forças e propósitos para inovar e buscar novos padrões de desenvolvimento. As análises apresentadas no trabalho certamente serão incorporadas nas estratégias do Diálogo Florestal e dos seus Fóruns Regionais, que têm enfatizado a importância de embasar as ações e compromissos assumidos por seus membros, através de uma sólida contribuição da ciência, e do aprendizado e da vivência no campo.
A geração e sistematização de informações dessa natureza são essenciais para todos avançarem em mecanismos e abordagens necessários para expandir os esforços de conservação e a sustentabilidade de áreas estratégicas para manutenção dos ecossistemas naturais aliados as atividades econômicas e ao bem-estar humano. A expectativa, portanto, é que a publicação contribua para a melhoria da qualidade e quantidade de ações não só do Diálogo Florestal, mas de todos aqueles interessados no desenvolvimento sustentável no Brasil.
O trabalho procurou fazer uma análise crítica da relação entre a silvicultura e a água, levando em conta o que a ciência já esclareceu, assim como as incoerências embutidas nesta polêmica e também os ensinamentos que as informações disponíveis oferecem para a melhoria das práticas de manejo visando à conservação da água.
Do ponto de vista das informações científicas disponíveis, há evidências de que na escala de microbacias o corte da floresta aumenta e o reflorestamento diminui o deflúvio anual. Os resultados se mostram altamente variáveis, em função de que esses efeitos decorrem da interação de outros fatores, principalmente do regime de chuvas e das condições do solo. Ou seja, a relação entre a floresta e a água é complexa, o que não possibilita o estabelecimento de uma teoria geral. Entender os efeitos hidrológicos das mudanças de uso da terra e das práticas de manejo florestal é parte da busca do manejo florestal sustentável. Um enfoque mais sistêmico aponta para o estabelecimento de estratégias sustentáveis de manejo que estejam em sintonia com a preservação dos serviços ambientais.
O Diálogo Florestal é uma iniciativa inédita e independente e que facilita a interação entre representantes de empresas do setor de base florestal e organizações ambientalistas e movimentos sociais com o objetivo de construir visão e agendas comuns entre esses setores. Visa promover ações efetivas associadas à produção florestal, ampliar a escala dos esforços de conservação e restauração do meio ambiente, gerando benefícios para os participantes do Diálogo e para a sociedade em geral. Está organizado em um Fórum nacional e nove Fóruns Regionais. O Diálogo Florestal brasileiro existe desde 2005 e foi inspirado no The Forests Dialogue (TFD), iniciativa internacional, que existe desde 1999.
A Cenibra também integra o Diálogo Florestal. A Empresa desenvolve uma série de ações no sentido de monitorar parâmetros ambientais que sirvam como indicadores de qualidade para uma avaliação e acompanhamento das atividades operacionais.
Estão também disponíveis os resultados do Programa de Monitoramento dos efeitos das atividades florestais da CENIBRA sobre Recursos Hídricos Superficiais. O trabalho foi realizado pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (UnilesteMG).
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