Novo padrão beneficia pequenos produtores
Na agricultura e na pecuária, quando se fala de atendimento às demandas da sociedade por produtos de base florestal, os grandes empreendimentos se destacam como fornecedores da matéria-prima. Entretanto, o setor também possui uma considerável parte de sua produção oriunda de pequenos produtores, como é o caso dos participantes do Programa de Fomento Florestal da CENIBRA, que têm na produção florestal uma importante fonte de renda alternativa em suas propriedades. Para se ter ideia, segundo o Anuário Estatístico da Associação Brasileira de Florestas Plantadas (ABRAF), no ano de 2012, somente os produtores ligados a programas de fomento somaram aproximadamente 430 mil hectares de florestas plantadas. Além dos benefícios econômicos, também disponibilizam uma série de serviços sociais e ambientais, que vão desde a reabilitação de terras degradadas e manutenção do equilíbrio hidrológico até a amenização das paisagens.
Ciente destas significativas contribuições dos pequenos produtores florestais, o FSC - Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal, em tradução livre, juntamente com a ONG WWF Brasil, universidades e empresas do setor, dentre elas a CENIBRA, desenvolveu um padrão de certificação adequado à realidade destes produtores. Trata-se do Padrão SLIMF - Small and Low Intensity Management Forest, que facilita seu acesso à certificação.
A CENIBRA participou ativamente de todas as etapas desse projeto, incluindo sua concepção teórica, reuniões de discussão e construção do padrão, além de organizar uma das quatro consultas públicas nacionais que ocorreram para aprovação do documento final.
Consulta Pública
Realizada no Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) de São João Evangelista-MG, em 5 de maio de 2012, a consulta pública contou com a participação de 134 pessoas, entre representantes de instituições de ensino, órgãos ambientais, poder público, e, principalmente pequenos produtores do Programa de Fomento Florestal da CENIBRA.
Durante o evento foram apresentadas e debatidas todas as possibilidades, desafios e benefícios de uma certificação florestal em pequenas propriedades. O engenheiro florestal André Sanches, do Departamento de Meio Ambiente e Qualidade, ressaltou que a diversidade do público presente permitiu uma discussão mais ampla sobre todos os aspectos que envolvem o universo dos pequenos produtores, contribuindo para os ajustes necessários para que o padrão se tornasse adequado a esta realidade.
Resultados e benefícios
Após a realização das consultas públicas, o documento final foi encaminhado ao FSC Internacional que, após análise detalhada, aprovou o Padrão SLIMF no mês de julho de 2013. Desde então, o padrão já é aplicável a todas as propriedades no Brasil que se enquadrem dentro dos critérios de elegibilidade. Os benefícios são inúmeros e estendem-se a todas as partes interessadas, mas em especial aos pequenos produtores, pois a certificação os ajuda a atender os aspectos legais, ambientais e sociais, garantindo a manutenção da sustentabilidade do negócio.
Fomento Florestal
Desde 1985, a CENIBRA desenvolve o Programa Fomento Florestal, tendo como parceiro o Instituto Estadual de Florestal (IEF). Ao longo dos anos, o programa tem proporcionado alternativa de renda, trabalho e diversificação da produção no meio rural.
O Fomento Florestal CENIBRA implanta florestas comerciais em áreas não aproveitáveis para a agricultura ou para a pecuária. Além de ser um agronegócio lucrativo e uma alternativa para o produtor, o Fomento Florestal, também oferece benefícios para a sociedade e para o meio ambiente, aumentando a renda e a qualidade de vida dos produtores rurais, preservando as matas nativas e garantindo liquidez financeira do empreendimento.
A preservação ambiental é um dos pilares do Programa e desta forma, os produtores rurais estão cultivando florestas, reduzindo assim a pressão sobre as matas nativas, recursos hídricos e a fauna local.
Com o Fomento Florestal, a produção de florestas renováveis de eucalipto, tem como base uma sólida parceria, com transferência de tecnologias, financiamentos das atividades e fornecimento de insumos, mudas clonais e assistência técnica especializada.
O Programa atua em 93 municípios mineiros que estão localizados a distância máxima de 150 km da sua unidade industrial e já plantou mais de 30.500 ha.