Na região de Candiota, área da UTE, em 2010 houve seis vezes maior procura por atendimento a doenças respiratórias, bronquite, rinite e asma em crianças menores de cinco anos do que em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre.
Há pressões pela construção de grandes UTEs (usinas termoelétricas a carvão, como Candiota e Charqueadas, porém maiores). Mas pesquisas, no Rio Grande e no estrangeiro, mostram que a queima do carvão mineral emite gases tóxicos, incluindo mercúrio, selênio, flúor, cloro, hidrocarbonetos aromáticos e cinza fina (partículas inaláveis) ricas em metais pesados como arsênio, cádmio e chumbo. Esses poluentes são nocivos, em particular a crianças. Por exemplo, dados da Secretaria Estadual de Saúde evidenciam que na região de Candiota, área da UTE, em 2010 houve seis vezes maior procura por atendimento a doenças respiratórias, bronquite, rinite e asma em crianças menores de cinco anos do que em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre. Também, grandes quantidades de dióxido de carbono (efeito estufa) são liberadas.
Os filtros ainda não são eficazes para eliminar essas emissões tóxicas. Capturar o carbono, menos ainda. Mas o Rio Grande pode - e deve - prescindir dessas novas UTEs. Há usinas ambientalmente brandas, além das já em operação) e em construção no RS. Atualmente, 63% da capacidade instalada, de 4,73 GW, vem das hidroelétricas, 17% de UTEs a gás natural e 6% de fontes renováveis: biomassa, pequenas usinas hidrelétricas e energia eólica. Sobre esta última, o jornZH publicou, (18/04, p.26) importante matéria: Já há 15 parques eólicos no RS (o 2º maior produtor no Brasil, atrás apenas do Ceará) mas até 2017 mais 40 parques devem entrar em operação, suprindo um total de 1,4 GW de energia sustentável, não poluente, um acréscimo de quase 30% à atual capacidade instalada!
(Por Flávio Lewgoy, EcoAgência, 06/05/2013)