Certa vez ouvi um papo que talvez um dia no futuro seremos pegos de surpresa ao saber que Hugos Chavezes, Bins Ladens, Saddams, Hitlers, Stalins, etc etc, foram atores e não políticos, e que trabalharam justamente para aqueles que supostamente atacavam, com a intenção de alimentar e manter a Indústria do Medo, a Indústria da Discórdia, a Indústria das Divisões, que impulsionam diversas outras indústrias e formas de consumo, e que deixam as pessoas doentes, impulsivas e odiosas uns com os outros. Talvez gente como eles não morrem, apenas tiram férias, e com o devido reconhecimento pelo serviço prestado. Mas se começam a falar de paz, ai morrem de verdade, como Gandhi ou JFK, pois esse parece ser o único improviso que não é permitido no teatro da chamada "Política Internacional".

Pensem nisso... vi um louco falando isso numa praça outro dia, ele se autointitulava "Mensageiro Galático da Paz"... todos riam dele, na hora também ri. Mas tive pesadelos muito reais naquela noite. Me fez pensar depois... agora só estou repassando, por via das dúvidas. Vai que né...

Esquerda, direita, comunismo, socialismo, capitalismo, nação, nacionalismo, patriotismo... palavras que são ditas tão naturalmente que parecem parte da "natureza humana", mas que foram inventadas fazem pouco mais de 200 anos, em 40.000 anos de história das sociedades organizadas...Acreditamos nelas com tanta certeza que XINGAMOS nossos colegas, ofendemos e nos enfezamos por elas... cortinas (de fumaça ou de pensamento?), muros (de berlin ou de pensamento?), paredes (de concreto ou de pensamento?)... isso tudo foi o Louco da Praça que me disse.

Segundo esse Louco só existe uma guerra por trás de todas, por trás dos panos da linguagem, que podemos chamar grossamente de "religiosa"... pois na visão dele a religiosidade determina sua visão sobre a existência e o cosmos... é ela q determina se vc vai andar pelado, vestido, o que é certo ou errado, o que é pecado, o que e como é o trabalho.

Ponto de mutação
Acabei de ler um texto do Eduardo Galeano que tá circulando na net falando que Chavez alfabetizou a maior parte da população e bla bla bla como se fosse uma coisa boa... agora, se pensarmos um pouco diferente, um pouco além do óbvio, vamos ver que a alfabetizacao é a forma mais eficiente de controle e adestramento mental.

Explico com exemplos: quem vivia onde hoje é a Venezuela antes eram tribos nomades (norte da bacia amazonica) que nao se comunicavam com linguagem escrita como a principal, e sim com imagens e símbolos e oralidade, porque eles acreditavam que tudo é transitório e tudo está em mutação, que a imagem invoca diretamente um pensamento passageiro, e o som da oralidade é contínuo, e já a escrita "congela" uma realidade ilusória dentro da cabeça, ela entra no nosso pensamento, engana e torna-se viva, torna-se um discurso vivo que fica FALANDO dentro de nossa cabeça.. de certa forma é o tal do EGO, que fica fazendo vocês brigarem por opiniões, quem tá mais certo, quem tá mais errado.

Nunca paramos pra refletir muito isso, mas porque será que a palavra MENTE (referindo ao nosso pensamento) é igual ao verbo MENTIR, de "fulano MENTE", como "Hugo Chavez mente", "Obama mente". Mente = Mente? Muito doido né? Coisas do Louco da Praça...

Esse "medo" da escrita era/é compartilhado por diversos grupos na america do sul, norte, central, no nomadismo por toda africa, sudeste asiatico, nos aborigines australianos, e na regiao da atual china e índia, tanto q em mandarim e hindi usam ideogramas e nao se usa tantos nomes, nao se adjetiva as coisas, existem mais verbos que nomes, e verbos q não se conjugam de acordo com a pessoa, sao usados como se fosse sempre no infinitivo, iguais pra qualquer pessoa. Eu não digo, "Zeca é feliz" em mandarim, pois nessa concepção ela não "é" , pois tudo está em mudança sempre, são estados transitórios, igual o ciclo da natureza e da nossa própria vida.

Em mandarim eu digo, "Zeca sorrir", "Zeca cantar", "Zeca chorar". Enfim, nao vou ficar falando aqui dessas questões de linguística mas resumindo, o que acontece é q por trás disso está a diferença de uma mente em paz, da meditacao e das filosofias budistas, onde o exercício maior pra amenizar os sofrimentos é livrar-se dos pensamentos e encontrar o nirvana e a paz. Só assim entramos na estrada do autoconhecimento...

Jesus politeísta
Na época das cidade-estado gregas esse temor contra a escrita era a base da filosofia do Sócrates, do Heráclito ("nunca se banha no rio duas vezes"), do Crátilo... Sócrates chegou a ser morto por ser considerado subversivo né? (Botem ele lá na lista junto com Gandhi e JFK). Ai depois desses caras veio um tal de Jesus, ele disse a mesma coisa. Jesus disse, "Deus não está na lei escrita como creem os fariseus, mas na experiência vivida e nas ações: amar, perdoar, respeitar, agradecer. Façam com eu fiz e serão salvos". E disse, "no reino dos céus existem muitas moradas". Ou seja, Jesus era um politeísta, um cidadão do mundo, um hippie da época que andou por todo oriente com os Essênios aprendendo magia, telepatia, cura, etc. Depois os romanos e os fariseus mandaram ele pra cruz e os evangelistas deturparam tudo e venderam a doutrina de suas supostas palavras via escrita, em "parceria" com os escribas.

Isso que falam do demônio do Chavez, essa desinformaçao tremenda, é a verdadeira merda que vai acontecer. Os caras que já estão por trás de todas guerras dos últimos 2 mil anos, que ficam botando esses atores disfarçados de políticos nos poderes, sejam os falsos democratas ou falsos ditadores, vão colocar o povo pra se autodestruir, vão agora forçar para que se cumpram as "profecias dos livros". Se está escrito, tem que acontecer... entao lá no Irã tão esperando o messias, o povo tá igual zumbi rezando pra esse messias e esperando a invasão americana. Aqui no Brasil os evangélicos tão pregando o apocalipse em cada esquina. E assim por diante. Todo mundo prega a diferença e o ódio.

Essa é nossa crise atual, a palavra escrita em forma de semântica (frases) aprisiona, engana e... vicia... e... separa... e o pior, causa uma inversão... a realidade passa a ser a escrita das "ideologias" falando na nossa cabeça, e nao a experiência do real. Basta olharmos pro atual "Mapa Mundi" pra vermos isso. O planeta é redondo mas falamos em "ocidente" e "oriente", damos nomes aos países, dividmos tudo, separamos as pessoas, está tudo dividido na régua. A divisão da África foi feita EM PLENO SÉCULO XX... nao é nada natural. Ai os paises entraram em guerra entre si, mas quem começou com essa ideia de "nação escolhida" e bla bla bla. Quem? Melhor perguntar pro Louco da Praça que eu nao sei.

(Por Heitor S. Cardoso, Comentários no Facebook, 06/03/2013)