O Brasil está entre os países que mais descartam equipamentos eletrônicos e, muitas vezes, de maneira inadequada. Só de computadores são quase 100 mil toneladas por ano. O governo quer definir critérios mais rígidos para o descarte de eletroeletrônicos. Por isso, pediu ajuda dos fabricantes. A indústria vai ter que reciclar pelo menos 17% de tudo que produzir.
Vários eletrônicos são deixados por clientes que desistiram de consertar os produtos e resolveram comprar equipamentos novos. Sem saber para onde levar a televisão que pifou ou ficou ultrapassada, essas pessoas resolveram doar para a loja de assistência técnica.
“Ela está aqui porque quebrou a tela. Então todas as placas que são os componentes principais, eletrônicos, todas dão para aproveitar”, diz o técnico em eletrônica e dono de assistência eletrônica Luiz Carlos Alves de Medeiros
É muita coisa, espalhada por várias salas. “A maioria desses equipamentos eu não verifiquei, ainda vou verificar um por um. Cinquenta por cento reaproveita, reciclagem”, diz.
O Brasil é hoje o terceiro país que mais jogam televisores fora, de acordo com o programa das Nações Unidas para o meio-ambiente. Também vão para o lixo, todos os anos, quase 97 mil toneladas de computadores e mais de duas mil toneladas de celulares.
“É um tipo de resíduo que tem substâncias perigosas na sua composição, então ele não pode ser descartado no lixo comum, e a gente percebeu que já existe esse amadurecimento da conscientização do cidadão para uma causa nesse sentido”, afirma o diretor-executivo da Abrelpe - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, Carlos Silva Filho.
O governo quer que as empresas assumam parte desse trabalho, e lançou um edital convocando os fabricantes a apresentar ideias para reciclar, pelo menos, 17% de tudo o que produzirem.
“Nós acreditamos que esse número no caso, em cinco anos, prazo estabelecido pelo governo, possa ser atendido, uma vez que também existe um passivo muito importante de equipamentos eletrônicos guardados nas casas dos próprios, dos consumidores”, ressalta o presidente da Abinee, Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, Humberto Barbato.
A expectativa é que o sistema comece a ser implantado no ano que vem.
(G1, 26/02/2013)