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crise alimentar seca e estiagem chuvas e inundações
2012-07-18 | Mariano

Preços recordes dos cereais estão provocando temores de custos crescentes de alimentos e levando a comparações com a crise de 2007-08, quando distúrbios eclodiram em todo o mundo. Enquanto o Reino Unido se afoga em chuvas, os EUA sofrem uma das piores secas em mais de meio século, prejudicando a safra de milho do país. Maior exportador mundial de milho, soja e trigo, os EUA são cruciais para os mercados globais de alimentos, respondendo por 1 em cada 3 toneladas de grãos negociadas no mercado global.

As previsões não indicam qualquer sinal de fim desta seca, que fez, na quinta-feira (19/07), com que os preços do milho atingissem o nível recorde de 8,16 dólares (cerca de 16 reais) por bushel (igual a 27,2 kg ou 2,2 sacas), enquanto a soja atingiu uma máxima de 17,17 dólares (cerca de 34 reais). O movimento dos preços reavivou lembranças da crise alimentar de 2007-08, quando manifestações contra a alta do preço da comida eclodiram em 30 países.

Nick Higgins, analista de commodities do Rabobank, disse que o impacto do clima sobre as culturas de milho e de soja está mais grave do que há 5 anos, mas até agora os traders não empurraram os preços para cima de forma tão dramática. "Os picos especulativos do preço do trigo alcançados naquela época podem não se repetir, mas em termos de danos concretos às culturas a situação é pior", disse Higgins.

Na quarta-feira, o ministro da agricultura dos EUA empurrou os preços do milho ainda mais, quando disse que a situação não era ruim o suficiente para justificar uma redução das quotas do governo para os biocombustíveis, especificamente o etanol, que normalmente é feito de milho e é um fator na manutenção dos preços elevados.

Ruth Kelly, analista de alimentos da Oxfam, disse: "A combinação explosiva de uma onda de calor nos EUA, que está dizimando colheitas de milho, e a demanda mundial firme de biocombustíveis, de novo, estão empurrarando o preço de alimentos básicos cada vez mais alto".

Richard Volpe, economista e pesquisador do Departamento de Agricultura dos EUA, disse que os preços da carne bovina, suína, aves e produtos lácteos podem ser os primeiros a subir.

Por enquanto, os especialistas dizem ser improvável que os aumentos de preços causem escassez de alimentos. Abdolreza Abbassian, economista sênior na área de grãos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a FAO, sediada em Roma, disse: "Os problemas desta vez começaram com o milho, que é uma cultura importante, mas não uma cultura essencial para a segurança alimentar como arroz ou trigo. Ainda há esperança".

Os preços do trigo atingiram 8,40 dólares por bushel na última arrancada, níveis vistos pela última vez no pico de preços de 2010, mas permanecem muito inferiores ao recorde de 2008, de 13,35 dólares. O arroz está sendo negociado a 40% abaixo do seu preço máximo em 2008.

Abbassian disse que os suprimentos de trigo ficarão sob pressão se a safra de milho piorar muito, pois o trigo acabaria usado para alimentar animais, em vez de milho. "Se tivermos resultados ainda mais desastrosos no milho, a pressão sobre o trigo aumentará, com os preços alcançando marcas bem maiores. É provável, então, que os preços elevados do trigo contaminem os preços do arroz".

Embora os estoques mundiais de trigo não estejam baixos, há preocupações crescentes sobre a produção devido a condições climáticas erráticas na Rússia. Hussein Allidina, chefe de pesquisa da área de commodities do Morgan Stanley, disse: "A colheita de trigo russo está em pleno andamento e enchentes no sul estão, temporariamente, atrapalhando as exportações e gerando inquietações com a qualidade". A preocupação é, então, se a Rússia começar a se preocupar com o abastecimento interno de trigo e limitar as exportações, provocando preços ainda mais elevados.

Allidina disse que a inflação dos preços dos alimentos é uma preocupação importante para a economia global, pois limita a capacidade dos mercados emergentes de liderar a recuperação do mundo.

Karen Ward, economista sênior do HSBC, disse: "O que a economia mundial realmente precisa agora é de um pouco de calmaria. Qualquer pressão inflacionária, particularmente, que interrompa a política expansionista dos países emergentes, que estimula a economia global, seria um problema".

(Por Josephine Moldes*, The Guardian / O Eco, 19/07/2012)
*Publicado através da parceria de ((o))eco com a Guardian Environment Network (veja a versão original ). Tradução de Eduardo Pegurier


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