A influenza aviária -a chamada gripe aviária- reapareceu no México e preocupa os brasileiros. O vírus é de alta patogenicidade, o que quer dizer que tem rápida difusão e causa grande mortalidade de aves.
A influenza aviária nessa região preocupa porque, se atravessar a América Central, poderá chegar ao Brasil, diz Ariel Mendes, diretor da Ubabef (entidade do setor).
O Brasil desenvolveu mecanismos de defesa nos últimos anos, mas produtores e governo devem redobrar a atenção agora, segundo Mendes. O vírus que reapareceu no México é do tipo H7N3.
Da parte dos produtores, Mendes diz que poderão ser tomadas medidas simples, como a proibição de visitas nas granjas, eliminação de contato das aves silvestres com as das granjas (por meio de colocação de telas) e cuidados com as importações de material genético.
Guilherme Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, diz que nenhum país está imune à ocorrência dessa doença, principalmente porque um dos transmissores são aves migratórias.
O importante, segundo ele, é identificar o risco e eliminá-lo rapidamente. Para isso, o país tem de aumentar a vigilância. "Não basta dizer que há um sistema de defesa. É preciso demonstrá-lo", diz Marques.
A partir de agosto, o país aumentará a adoção de um sistema de defesa chamado de compartimentalização.
É um projeto-piloto da OIE (Organização Mundial para a Saúde Animal) que está sendo posto em prática em quatro unidades de produção pelo Ministério da Agricultura. O sistema consiste em uma proteção conjugada de granjas de matrizes, incubatório, granjas de frango, fábrica de rações e abatedouro. O projeto envolve a busca de segurança máxima para todo esse conjunto.
A chegada da doença ao Brasil faria o país perder muito, já que é o maior exportador mundial.
(Por Mauro Zafalon, Folha de S. Paulo, 29/06/2012)