Para ministro, debates, manifestações e acordos são vitória para o Brasil. Documento diz que metas de desenvolvimento sustentável ficam para 2015
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou nesta segunda-feira (25) que a presidente Dilma está "muito satisfeita e orgulhosa" com a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
Em conversa com jornalistas nesta segunda-feira (25), ao participar de um evento no Palácio do Planalto, Carvalho elogiou o trabalho dos negociadores brasileiros e a elaboração de um documento final.
"É importante entender que é uma vitória que é ter um documento, é importante que todos saibam que um documento da ONU é de costura muito difícil, basta um país dos 192 presentes se negar a assinar, não haveria o documento, há que se valorizar muito esse trabalho da nossa diplomacia", afirmou.
Dilma reuniu nesta manhã ministros envolvidos na organização da conferência: Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Helena Chagas (Comunicação Social), Gilberto Carvalho e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores) e Celso Amorim (Defesa) também participaram e, ao fim, trataram com a presidente da crise política no Paraguai.
"Festa democrática"
Na reunião, contou Gilberto Carvalho, a presidente disse estar satisfeita com a cúpula. "A presidente tá muito satisfeita, o governo trabalhou de maneira coesa, colaborativa, esse foi o tom da nossa avaliação, naturalmente com alguma falha aqui ou lá, mas o geral de maneira, foi uma festa democrática", disse.
Na última sexta-feira (23), os 188 países participantes da cúpula adotaram oficialmente o documento intitulado "O futuro que queremos" em sessão plenária.
Uma das expectativas era de que a conferência conseguisse determinar metas de desenvolvimento sustentável em diferentes áreas, mas isso não foi atingido. O documento aprovado apenas cita que eles devem ser criados para adoção a partir de 2015.
O ministro destacou o grande número de debates e disse que, ao contrário de outras conferências da ONU, a Rio+20 foi pacífica. "O [policial] militar não precisou tocar numa pessoa única", disse Carvalho.
"Seria muito pobre reduzir a Rio+20 apenas àquilo que é o documento final, que a meu juízo, já avança, mas o número de debates, manifestações, propostas, acordos, inclusive contratos econômicos, é para o Brasil sem dúvida uma enorme vitória que aos poucos vai ser reconhecida", declarou.
Durante discurso de encerramento da Rio+20, Dilma defendeu o documento final. "O documento que aprovamos hoje não retrocede em relação às conquistas de 92. Não retrocede em relação à Cúpula de Joanesburgo", disse a presidente. "Ao contrário, o documento avança e muito", completou.
(Por Priscilla Mendes, G1, 25/06/2012)