A iniciativa Yasuní-ITT proposta pelo governo evitaria a exploração de 800 milhões de barris de petróleo em campo no Parque Nacional Yasuní, desde que haja o compromisso internacional de que o país receba o equivalente a no mínimo metade da quantia que apuraria caso explorasse a reserva
Em conferência na Rio+20 sobre a proposta do Equador de evitar a exploração de petróleo em um campo no país, em troca recursos financeiros vindos do exterior, o presidente Rafael Corrêa defendeu um “novo modo” de encarar a responsabilidade ambiental.
A iniciativa Yasuní-ITT proposta pelo governo evitaria a exploração de 800 milhões de barris de petróleo em campo no Parque Nacional Yasuní, desde que haja o compromisso internacional de que o país receba o equivalente a no mínimo metade da quantia que apuraria caso explorasse a reserva.
“Para o país a reserva seria muito lucrativa”, discursou o presidente, destacando que a proposta de abrir mão desses recursos é a de criar um novo paradigma em que o “problema ambiental e o desenvolvimento sustentável sejam vistos como uma corresponsabilidade”.
Corrêa afirmou, porém, que os países ricos resistem à idéia. Segundo ele, o mundo desenvolvido vê a ligação entre social e ambiental como “chantagem” para que os países pobres e emergentes consigam arrecadar recursos via acordos internacionais.
Ele contra-argumenta que é preciso existir uma diferença de responsabilidade para se lidar com questão ambiental: “países que poluem mais, pagam mais. Isto não é chantagem, e sim responsabilidade diferenciada”.
Para Correa, a solução das questões ambientais calca-se na erradicação da pobreza. A capacitação e educação dos povos diretamente atingidos pela medida pública seria uma solução efetiva para o problema. “Tenho fé na ciência e tecnologia, mas não aquela fé cega. É preciso recursos para a educação e capacitação da população equatoriana”, concluiu.
(Por Caio Sarack e Isabel Harari, Carta Maior, 21/06/2012)