A primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt, usou a tribuna da Rio+20 na manhã desta sexta-feira para cobrar maior empenho de países como os Estados Unidos, o Reino Unido e até de emergentes com a definição de políticas concretas para proteger o meio ambiente. Ao criticar o texto final da conferência, ela disse que é preciso maior engajamento.
"O Reino Unido e os Estados Unidos fizeram alguns avanços, mas hoje é a União Europeia que oferece metade do apoio à economia global. Por décadas a Dinamarca é um dos cinco países que fornece maior percentual do PIB para assistência ao desenvolvimento sustentável. Faço um apelo a todos os doadores, inclusive às nações emergentes, que façam um engajamento semelhante", disse em um breve discurso.
Como presidente do conselho da União Europeia, Helle Thorning-Schmidt defendeu a adoção de uma economia verde como solução para a crise mundial. "Meu governo decidiu se tornar independente de combustíveis fósseis até 2050. É uma meta ambiciosa, não chegamos lá, mas estamos determinados. Ao fazer isso, reconhecemos que a economia verde garante empregos, com novas tecnologias", disse.
Ao criticar o texto final do encontro, aprovado na última terça-feira pelas nações, ela disse que a União Europeia vai continuar trabalhando por metas mais ambiciosas. "Asseguro que vamos buscar desfechos mais ambiciosos. Queremos metas operacionais dentro do cronograma, tratando da energia sustentável, da água, da segurança alimentar. Também apoiamos o fortalecimento do quadro institucional, incluindo o Pnuma como agência especial da ONU", disse.
Ela também criticou a retirada do termo "direitos reprodutivos" do texto final, ao citar a importância da valorização das conquistas femininas. "A igualdade de gênero, dando importância aos direitos reprodutivos das mulheres, gostaria de ver como um resultado da Rio+20", completou.
(Por Angela Chagas, Terra, 22/06/2012)