Órgão da ONU busca uma alternativa ao PIB que seja mais abrangente
O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) apresentou nesta quarta-feira (20), em um fórum durante a conferência Rio+20, as bases conceituais para um futuro Índice de Desenvolvimento Humano Sustentável capaz de reconhecer os custos do desenvolvimento humano para futuras gerações.
“O fórum do PNUD foi motivado pelas demandas apresentadas por muitos no Rio para que houvesse um estudo conduzido pela ONU das alternativas às medições puramente econômicas de progresso nacional e global”, disse Helen Clark, administradora do programa.
Após o diálogo com líderes mundiais, especialistas discutiram as implicações da proposta. “Igualdade, dignidade, felicidade, sustentabilidade – são todos fundamentais às nossas vidas, mas ausentes no PIB”, afirmou Helen, que ainda completou: “O progresso precisa ser definido e medido de uma forma que represente uma perspectiva mais ampla do desenvolvimento humano e seu contexto”.
O projeto de medição da sustentabilidade representa a continuação de um trabalho que dura mais de décadas, começando com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), uma medida composta da expectativa de vida, educação e renda que se tornou uma alternativa ao PIB (Produto Interno Bruto) como medida do progresso nacional amplamente aceita.
Os criadores do IDH - o falecido economista paquistanês Mahbub ul-Haq e o vencedor do prêmio Nobel Amartya Sen, da Índia - planejaram o índice como uma avaliação de progresso facilmente compreensível baseada nas pessoas, que põe a saúde e a educação a par com o crescimento econômico. Desde 1990, os rankings anuais do IDH têm sido amplamente seguidos pelos governos.
Em um relatório no início deste ano, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, enfatizou que “a comunidade internacional deveria medir o desenvolvimento para além do Produto Interno Bruto (PIB) e desenvolver um novo índice de desenvolvimento sustentável ou um conjunto de indicadores”.
“O PNUD acredita que o Índice de Desenvolvimento Humano também poderia ser um ponto de partida para uma medida mais abrangente de desenvolvimento sustentável”, disse a administradora do programa, enfatizando a necessidade de mais pesquisas e consultas com governos, sociedade civil e especialistas acadêmicos do campo.
(Opera Mundi, 20/06/2012)