Presidente Dilma assume formalmente hoje comando da conferência, marcada pela ausência de potências. Encontro de líderes vai durar três dias; chefes de Estado ou de governo confirmados são apenas 17 até agora
A presidente Dilma Rousseff assume hoje no Rio formalmente o comando da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Será uma cúpula com 190 países representados, mas esvaziada de chefes de Estado ou de governo da parte rica do planeta.
A Folha comparou quais dos 30 países mais ricos enviaram seus representantes principais em 1992 e quais estarão presentes hoje. O número é semelhante: 19 chefes de Estado ou de governo vieram à Eco-92. Para a Rio+20, há até agora 17 confirmações.
Mas quando se observa o PIB desses países, nota-se uma grande desproporção. Em 1992, quando se consideravam os 30 mais ricos, a soma dos PIBs dos que enviaram chefes de Estado e de governo à conferência equivalia 70% desse grupo. Hoje, o percentual cai para 44%.
Diferentemente de 1992, não enviaram seus representantes principais agora EUA, Alemanha, Reino Unido e Canadá, entre outros.
Uma contabilização bem precisa só poderá ser feita na sexta-feira, último dia da Rio+20. Sempre pode haver confirmações ou cancelamentos de última hora. Em 1992, o primeiro-ministro do Japão decidiu não vir ao Brasil na noite anterior.
A cúpula dos chefes de Estado vai durar três dias. Todos os representantes dos 190 países usarão a tribuna para falar. O discurso de Dilma enfatizará o interesse do Brasil em avançar nas políticas para o ambiente -compensando um pouco o conteúdo comedido da declaração final. Sua chegada estava prevista para a madrugada de hoje.
(Por Fernando Rodrigues, Folha de S. Paulo, 20/06/2012)