Cloro, chumbo, pesticidas e outros resíduos tóxicos estão abandonados na cidade de Ulianópolis, a 400 quilômetros de Belém (PA).
Ao longo de quatro anos, as empresas Petrobrás, Shell, Vale, Philips, Yamaha e Pepsi despejaram os resíduos em uma área de 900 hectares de florestas.
O lixo não recebeu o tratamento adequado e agora contaminam o solo, o ar, um rio e uma extensa área do município, que abriga 36 mil pessoas. Ulianópolis vive do extrativismo, da agricultura e da pecuária.
O lixo tóxico foi parar no coração da Amazônia por intermédio da empresa Usina de Passivo Ambiental (Uspam), que foi contratada pelas multinacionais para tratar o lixo e dar a ele um destino adequado.
A usina não tratou os resíduos. Acabou sendo fechada por determinação da Justiça. O lixo tóxico está depositado a céu aberto desde 2003.
Responsabilidade legal
A legislação é clara: as empresas são responsáveis pelos seus resíduos de ponta a ponta da cadeia produtiva.
Não importa, portanto, se a Uspam não cumpriu o seu papel. O lixo continua sendo das multinacionais que o enviaram para essa região da Amazônia.
Os jornalistas Aguirre Talento e Felipe Luchete, da Folha de S. Paulo, procuraram as multinacionais. Escreveram o seguinte em matéria publicada pelo jornal:
__ A Prefeitura de Ulianópolis diz que não foi omissa e desenvolve com a Promotoria um plano de recuperação da área. Pepsi, Petrobras, Vale e Yamaha dizem ter checado as licenças da Uspam antes da escolha e que retiraram seus resíduos do local. A Brastemp afirma que todos seus resíduos foram incinerados pela Uspam. A Shell diz que “está em contato com as autoridades”. A Philips não comentou.
(Rede Sustentável, 15/06/2012)