Premiação irônica é oferecida por ONGs que acompanham negociação. EUA, Canadá e G77 já receberam o prêmio durante a conferência
O Brasil recebeu neste domingo (17) o prêmio de "Fóssil do Dia", da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que acontece até o dia 22. O prêmio é um reconhecimento irônico ao país que "está fazendo menos pelo progresso da negociação" da conferência.
Os manifestantes disseram que o texto "limpo" apresentado pela presidência brasileira na negociação aparenta ter apenas o objetivo de fazer com que a conferência tenha algum resultado, em vez de trabalhar pelo acordo ambicioso que o mundo precisa.
Os ativistas ainda acusaram o Brasil de conduzir uma "falsa negociação" para depois apresentar que um texto que consideram inefetivo, enquanto a sociedade civil é mantida fora do debate.
A premiação do "Fóssil do Dia" é oferecida pelas mais de 700 organizações que fazem parte da rede Climate Action de defesa do ambiente. Ela é apresentada de forma sarcástica, com intenção de pressionar para uma maior participação dos países nas negociações.
Neste domingo, além do Brasil, principal ganhador, foram lembrados os países petrolíferos, como Arábia Saudita e Venezuela, no segundo lugar do "prêmio", e os Estados Unidos e a União Europeia, no terceiro, por virem para o Rio sem disponibilidade de contribuir financeiramente para a implementação de ações de desenvolvimento sustentável.
A cada dia, um novo país vai ser apontado como "fóssil do dia" da Rio+20. Ao final da conferência, a rede de ONGs vai indicar o país que menos ajudou toda a negociação. Os Estados Unidos ganharam o prêmio no primeiro dia das negociações, O Canadá foi o segundo premiado e o G77, grupo de países emergentes do qual o Brasil faz parte, foi o terceiro.
Segundo a Climate Action Network, o prêmio de "Fóssil do dia" foi oferecido pela primeira vez em 1999, durante um fórum de ONGs na Alemanha.
(G1, 17/06/2012)