Países, empresas privadas, ONGs e outras instituições anunciaram neste sábado (16) na Rio+20 uma grande aliança global para a preservação dos oceanos. Ao todo, o documento tem 83 assinaturas. Muito mais do que resultados práticos, nesse primeiro momento as entidades querem pressionar os negociadores da Rio+20 a realmente definir um texto que proteja os oceanos do planeta.
Estimativas mostram que em todo mundo 1 bilhão de pessoas precisam da proteína extraída das águas para sobreviver. Em muitos lugares, por causa da pesca industrial excessiva, está faltando peixe nas redes. Problema enfrentado, inclusive, por vários pescadores brasileiros.
"É uma grande iniciativa [a da aliança pelos oceanos], que terá todo nosso apoio" afirma Rachel Kyte, vice-presidente para a rede de desenvolvimento sustentável do Banco Mundial. A executiva participou ontem do Dia do Oceano, realizado dentro das atividades da Rio+20.
O Banco, de início, deverá investir US$ 1,2 bilhão em projetos que protejam e recuperem os oceanos. A declaração, que teve a assinatura de 13 nações, sem a participação do Brasil, foca as ações em três grupos. O de promover a pesca sustentável, de proteger os ambientes críticos, que estejam perdendo biodiversidade e reduzir a poluição marinha, cada vez maior no litoral do Brasil, por exemplo.
De acordo com as iniciativas apresentadas ontem no Rio de Janeiro, alguns países estão se organizando, independente das grandes alianças globais, para proteger as suas águas.
É o que ocorre, por exemplo, na região do Caribe. Países como Belize, República Dominicana e Panamá estão protegendo e vendendo suas lagostas em conjunto, para que todos possam ganhar ao mesmo tempo.
No caso específico do Brasil, de acordo com Flávio Bezerra da Silva, secretário de Planejamento e Ordenamento da Pesca, do ministério da Pesca, os problemas estão praticamente resolvidos. "Os corais estão morrendo, mas isso não é culpa nossa. A poluição, na maioria das vezes, vem de fora".
(Por Eduardo Geraque, Folha Online, 16/06/2012)