O jornalista Jeremias Vunjanhe, da ONG Justiça Ambiental, de Moçambique, foi impedido de entrar no Brasil pela Polícia Federal, informou o portal do jornal Folha de S.Paulo, na última quinta-feira (14/6). Ele participaria da Cúpula dos Povos, movimento paralelo à Rio+20. Segundo nota divulgada pela organização do evento, não foi explicado ao repórter o motivo de mandá-lo de volta a seu país.
Em Moçambique, Vunjanhe é conhecido por ser crítico à atuação da companhia Vale no país, onde a instalação da mineradora brasileira tem gerado polêmica e conflitos entre o governo e os órgãos de direitos humanos locais. Na Cúpula dos Povos, o jornalista participaria do 3º Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale, além de estar credenciado como observador da sociedade civil na Rio+20.
Na última terça-feira (12/6), ao desembarcar no Brasil o jornalista teve o passaporte recolhido e um carimbo: Impedido da Sistema Nacional de Impedidos e Procurados (Sinpi). Policiais da Polícia Federal, em São Paulo, confirmaram o impedimento e informaram que não serão divulgados os motivos.
Em nota, os organizadores da Cúpula dos Povos disseram que a Embaixada do Brasil, em Moçambique, concedeu visto de entrada no país a Vunjanhe, e no documento não havia qualquer restrição.
Vergonhoso
A Justiça Ambiental informou em nota que utilizará os meios disponíveis para esclarecer a questão e razões por trás deste "vergonhoso acontecimento".
(Portal Imprensa, 15/06/2012)