O Pacto Global, iniciativa das Nações Unidas para estimular empresas a desenvolverem práticas sustentáveis e reportá-las, pode chegar a sete mil participantes até a Conferência do Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que ocorre no Rio de Janeiro entre 20 e 22 de junho, declarou a ONU.

De acordo com a organização, em 2011 1.861 empresas se uniram ao pacto, um aumento de 54% em relação às adesões de 2010. Atualmente, 6.985 companhias têm compromisso com a iniciativa, por isso a marca de sete mil membros pode ser alcançada “a qualquer dia”, afirmou Georg Kell, diretor executivo da ação.

No entanto, devido o Fórum de Sustentabilidade Corporativa da Rio+20, que acontece entre 15 e 18 de junho, é provável que esse número seja atingido no evento.

Segundo dados do pacto, atualmente 70% das empresas participantes relatam anualmente suas ações sustentáveis, enquanto 50% o faziam quando a iniciativa começou, em 2000. Kell também comemorou o fato de que há empresas de mais de 140 países de todos os continentes, embora a representação europeia ainda seja a mais forte. Conforme o relatório do pacto, 60% das firmas são de pequeno e médio porte.

No entanto, há também números nada animadores. O relatório indica que apenas 9% das empresas reportam que suas atividades de lobby com o governo estão alinhadas com seus princípios sustentáveis, e que embora 63% das companhias levem em conta a aderência de seus fornecedores a princípios sustentáveis, a maioria toma medidas limitadas para apoiar e incentivar tal aderência.

Além disso, pouco mais de 28% das empresas respondentes classificam seu desempenho de sustentabilidade como avançado, sendo a maioria destas companhias de grande porte. Por fim, menos de 25% das firmas declaram conduzir análises sobre direitos humanos, questões trabalhistas e anticorrupção.

“A questão da sustentabilidade corporativa está ganhando reconhecimento global. Mas esse é o momento para os líderes empresariais unirem palavras a ações e garantirem que práticas responsáveis se tornem parte do DNA corporativo”, concluiu Kell.

(Por Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil, 08/06/2012)