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2012-06-05

Região deve aumentar dramaticamente seus investimentos em adaptação à mudança climática e mitigação nas próximas décadas

A América Latina e o Caribe enfrentarão prejuízos anuais de mais de US$ 100 bilhões ao ano como consequência da diminuição da produção agrícola, do desaparecimento de geleiras, inundações, secas e outros eventos desencadeados pelo aquecimento global, segundo novo relatório divulgado antes da conferência Rio +20.
 
Sob uma ótica positiva, o custo dos investimentos em adaptação para enfrentar esses impactos é muito menor, equivalente à décima parte do montante dos danos materiais, de acordo com estudo preparado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Comissão Econômica da América Latina e o Caribe (CEPAL) e a World Wildlife Fund (WWF).
 
No entanto, o relatório também destaca que são necessárias ações mais ousadas para evitar as consequências potencialmente catastróficas causadas pela mudança climática, incluindo as reduções obrigatórias das emissões mundiais dos gases do efeito estufa.

O documento estima que os países necessitariam investir US$ 110 bilhões ao longo das próximas quatro décadas para reduzir as emissões per capita de carbono a níveis compatíveis com os objetivos de estabilização climática global.
 
"Muitas alterações relacionadas com a mudança do clima são irreversíveis e continuarão a impactar a região a longo prazo", disse Walter Vergara, chefe da Divisão de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade do BID e pesquisador principal do estudo, cujos resultados preliminares foram apresentados hoje em um evento na sede do BID, conjuntamente com a organização não governamental Center for American Progress (CAP).

"A adaptação é necessária para evitar mais danos, mas não suficiente. Precisamos de ações mais ousadas para reduzir as emissões nas próximas décadas.”
 
Região especialmente vulnerável
A América Latina e o Caribe produzem apenas 11% das emissões que causam o aquecimento global. No entanto, os países da região são especialmente vulneráveis a seus efeitos, dada a dependência econômica da região pelas exportações de recursos naturais, uma rede de infraestrutura especialmente sensível a fenômenos climáticos e a presença de fenômenos bioclimáticos como a bacia amazônica, o bioma de coral do Caribe, as zonas costeiras úmidas e os frágeis ecossistemas de montanha.
 
Os prejuízos anuais projetados para a ALC, causados pelos impactos físicos associados com o aumento de 2ºC acima dos níveis pré-industriais, somam mais de US$ 100 bilhões para até 2050, equivalente a 2% do PIB da região em valores atuais, estima o estudo intitulado “O Desafio Climático e o Desenvolvimento na América Latina e o Caribe: Opções para um Desenvolvimento Resiliente Baixo em Carbono” (veja o sumário executivo).
 
O relatório cita os impactos do clima na agricultura, a exposição a doenças tropicais e mudanças de padrões das precipitações pluviais, entre outros. Calcula-se, por exemplo, que para 2050 a região experimentará perdas de exportações agrícolas US$ 30 bilhões a US$ 52 bilhões.
 
México e Brasil tem a maior distribuição de terra acima do nível do mar, o que os torna vulneráveis à elevação do mar. Um aumento de um metro no nível do mar poderia provocar na América Latina danos acumulados de US$ 255 bilhões e afetar 6.700 km de estradas. A perda de 50% da cobertura de coral no Caribe a partir de branqueamento do coral, poderia custar pelo menos US$ 7 bilhões, pelo menos.
 
O estudo observa que os custos de adaptação são uma pequena fração dos custos dos impactos materiais, estimados de forma conservadora em 0,2% do PIB da região, em valores correntes. Isto terá benefícios significativos em matéria de desenvolvimento, desde a segurança alimentar ao melhoramento da qualidade do ar e a redução dos congestionamentos no trânsito.
 
“Investimentos em adaptação são efetivos em termos de custos”, disse Luis Miguel Galindo, Chefe da Unidade de Mudança Climática da CEPAL, um parceiro chave para o estudo. “Algumas destas medidas de adaptação são fáceis de implementar e possuem benefícios adicionais substanciais”.
 
Embora a adaptação seja importante, também são necessários investimentos substanciais para reduzir drasticamente as emissões de carbono projetadas na região, a níveis compatíveis com os objetivos de estabilização climática mundial.
 
Sob um cenário de seguir com as práticas atuais, em 2050 América Latina e Caribe aportarão 9,3 toneladas per capita de emissões de gases de efeito, frente às atuais 4,7 toneladas per capita.

O relatório identifica caminhos para reduzir as emissões duas toneladas per capita, mediante a promoção zero de emissão provocadas pelo desmatamento e outras práticas de uso da terra até 2030, combinadas com os esforços para eliminar a emissão de carbono na matriz energética e na infraestrutura de transportes até 2050, por um custo anual de US$ 110 bilhões.
 
"Sim, gastar US$ 110 bilhões de dólares ao ano para uma região que enfrenta grandes problemas de desenvolvimento não é uma proposta menor", aponta Pablo Gutman, diretor de economias do meio ambiente na WWF. "Mas por outro lado obteríamos benefícios importantes como uma melhor segurança energética e alimentar, e as pessoas disfrutariam de uma vida melhor em ambientes mais saudáveis”.
 
“No longo prazo”, acrescentou Vergara, “esta é a maneira mais certeira para assegurar-se que a América Latina e o Caribe sigam prosperando de uma forma sustentável”.

(BID / Instituto CarbonoBrasil, 05/06/2012)


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