O governo japonês admitiu nesta semana que não conseguirá cumprir seu compromisso sob o Protocolo de Quioto, firmado em 2009, de reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 25% até 2020.
“Essa meta foi estabelecida quando a energia nuclear ocupava um papel importante em nossa matriz energética. Hoje, diante de circunstâncias além do nosso controle, sabemos que teremos que rever esse compromisso”, declarou o vice-primeiro-ministro Katsuya Okada.
Devido ao desastre em Fukushima, o Japão se viu obrigado a desligar todos os seus 54 reatores nucleares para realizar estudos. Além disso, abandonou os planos de construir nove novas usinas.
Assim, para atender a demanda por energia, o governo passou a utilizar termoelétricas alimentadas por combustíveis fósseis. Atualmente, as termoelétricas respondem por 90% da geração no Japão, em 2011 essa participação era de 64%. Os outros 10% estão sendo providenciados por fontes renováveis, como solar e eólica.
Segundo números da Administração de Informação em Energia dos Estados Unidos, essa medida resultou em um aumento de 40% nas emissões japonesas em relação ao mesmo período do ano passado.
Em sua coletiva de imprensa, Okada disse que o governo ainda está trabalhando para estabelecer uma meta mais realista com as condições atuais do país.
(Por Fabiano Ávila, Instituto CarbonoBrasil, 01/06/2012)