Novos dados da Agência Europeia de Energia (EEA) publicados nesta quarta-feira (30) revelaram que as emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2e) aumentaram 2,4% na União Europeia em 2010, após seis anos de queda, que levaram a 7,3% menos emissões na UE.
De acordo com a agência, o crescimento das emissões de gases do efeito estufa (GEEs) deveu-se à recuperação econômica de alguns países do bloco e ao intenso inverno enfrentado na Europa, que aumentou a demanda pelo aquecimento em residências, empresas e indústrias.
Segundo a EEA, a Alemanha, a Polônia e o Reino Unido foram responsáveis por mais de metade do aumento nas emissões de GEEs, o que reflete a composição do mix energético desses países.
Para a agência, o aumento foi causado também pelo maior uso do gás natural, que, apesar de emitir menos carbono do que o carvão, ainda é um combustível fóssil. O consumo total de gás cresceu 7,4% em 2010, resultado do aumento na produção desse item.
Apesar disso, a EEA declarou que o aumento só não foi maior devido ao considerável desenvolvimento das energias renováveis na UE neste período. Em 2010, o uso de energias renováveis aumentou 12,7% no bloco. Outro setor que teve uma redução nas emissões em 2010 foi o de transportes.
“As emissões aumentaram em 2010. Esse efeito era esperado, já que a maioria da Europa saiu da recessão. No entanto, o aumento poderia ter sido ainda maior sem a rápida expansão da geração de energia renovável na UE”, comentou Jacqueline McGlade, diretora executiva da agência.
Felizmente, a agência aponta que esse crescimento nas emissões não afetará o cumprimento das metas de quinze países da União Europeia para o Protocolo de Quioto, uma redução de 8% nas emissões até 2012 em relação aos níveis de 1990. As outras 12 nações têm uma meta interna de 20% menos emissões até 2020 em relação aos níveis de 1990, exceto as nações insulares de Malta e Chipre.
Para 2011, no entanto, a EEA calcula que haverá uma redução de 2% nas emissões compreendidas pelo Esquema de Comércio de Emissões da UE (EU ETS), que cobre cerca de 40% do total de emissões da União Europeia, mas não inclui setores como o transporte, o aquecimento residencial e a agricultura.
(Por Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil, 30/05/2012)