Em relação aos dois anos anteriores, o desmatamento continua estável no Brasil
Em 2011, o bioma Mata Atlântica perdeu 13,3 mil hectares de área, ou 133 km², no Brasil, o que corresponde a 19 mil campos de futebol, aproximadamente. Santa Catarina foi o quarto estado brasileiro que mais desmatou. Foram perdidos, aqui, 568 hectares de mata, o equivalente a 5,7 km².
Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). De acordo com a coordenação do estudo, o ritmo de desmatamento continua estável, em relação aos dois anos anteriores.
Minas Gerais liderou o desmatamento, com 6.339 hectares. A Bahia ficou na segunda posição, com desflorestamento de 4,7 mil hectares. Na sequência, vêm Mato Grosso do Sul (588 hectares), Santa Catarina (568 hectares), Espírito Santo (364 hectares), São Paulo (216 hectares), Rio Grande do Sul (111 hectares), Rio de Janeiro (92 hectares), Paraná (71 hectares) e Goiás (33 hectares).
O ritmo de desmatamento é inferior ao registrado no levantamento Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica anterior, que analisou dois anos até 2010, quando o bioma perdeu, ao todo, 31,2 mil hectares.
— Embora tenha tido uma leve queda, provavelmente o índice apresentado hoje seria maior se não tivéssemos problemas com nuvens. O (ritmo de) desmatamento continua estável, o que é preocupante — disse a coordenadora do Atlas pelo SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, em referência a Minas Gerais e Bahia, que encabeçam o ranking dos que mais desmataram no período.
Os estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo foram avaliados parcialmente no estudo, por causa da cobertura de nuvens que prejudicou a captação de imagens por satélite. O estudo analisou dez dos 17 Estados que possuem o bioma, que representam 93% da área total de Mata Atlântica.
Em relação aos municípios, os pesquisadores alertam para a região que chamam de "triângulo do desmatamento", entre Bahia e Minas Gerais. No ranking dos municípios, cidades dos dois estados ficam no topo.
Nos últimos 25 anos, a Mata Atlântica perdeu 1,7 milhão de hectares, ou 17,3 km², ficando reduzida a 7,9% de sua área original, se considerados os remanescentes florestais em fragmentos acima de 100 hectares, representativos para a conservação de biodiversidade.
(Diario.com.br, 29/05/2012)