Um novo vazamento de gás provocado pela Fibria, em Barra do Riacho, Aracruz, norte do Estado, deixou os moradores da região, mais uma vez, assustados. No último dia 23, um forte cheiro invadiu as casas causando mal-estar aos moradores, sobretudo entre crianças e idosos. Os vazamentos de gás na região são tão frequentes, que os moradores passaram a exigir que as empresas criem um plano de evacuação em caso de emergência.
“As empresas chegam aqui, trazem problemas para quem mora na região e não nos dão qualquer alternativa. Não temos uma rota de fuga, um mapa de risco ou sequer uma palestra para orientar os moradores de como agir em casos de emergência. Não sabemos como deixar a região. Estamos literalmente cercados por empresas químicas, um gasoduto e um terminal de gás”, alertou Paulo Flávio Machado, presidente da Associação Comunitária de Barra do Riacho (ACBR).
Segundo ele, o vazamento da Fibria ocorreu no último dia 23 gerando confusão na região. “Passamos por maus bocados e a empresa, em nota, assumiu seu vazamento e pediu compreensão, como se um simples comunicado servisse de cartilha sobre como devemos agir diante de um problema como este”, criticou Machado.
Em nota, a Fibria informou que o vazamento de gás ocorreu durante as atividades da parada geral de manutenção das fábricas de celulose. Entre os moradores, o receio é que as famílias da região estejam sendo envenenadas aos poucos diante de tantos vazamentos de gás.
Em 2010, a população que é vizinha da Fibria também se assustou ao assistir o esvaziamento de funcionários de três indústrias de celulose da transnacional, em Aracruz. Sobre a ação, a comunidade foi informada apenas que uma falta repentina de energia resultou no fim do dia de trabalho. Entretanto, na ocasião, o Sindicato dos Trabalhadores Químicos e Papeleiros do Estado (Sinticel), informou que houve vazamento de gases tóxicos na empresa durante 11 horas seguidas.
Na ocasião, a empresa informou que houve vazamento de gases de cloro industrial, usados para limpar celulose. Desta vez, a Fibria não informou que tipo de gás vazou.
(Por Flavia Bernardes, Século Diário, 24/05/2012)