Insatisfeitos com a decisão do presidente peruano Ollanta Humala de permitir a exploração de ouro e cobre em Cajamarca por meio do projeto mineiro Conga, a população do Norte do país junto a organizações sociais, políticas, juvenis e culturais decidiu mostrar que a luta contra Conga está viva. Além de recusar a exploração mineira na região, a sociedade civil organizada exige a aplicação de um modelo de desenvolvimento sustentável não só para o Norte, mas para todo o país.
Entre as atividades da agenda de lutas programada pela Assembleia Extraordinária da Coordenadora Macrorregional dos povos Amazônicos, Andinos e Costeiros do Norte, realizada em 27 de abril, está a realização da marcha macrorregional para Cajamarca e as lagoas de Conga nos próximos dias 29 e 30.
A Marcha da Água é aberta a todos os interessados e interessadas em combater o avanço da política mineira depredadora que a cada dia prejudica mais a vida de milhares de homens e mulheres, em especial das regiões de Ancash, La Libertad, Lambayeque, Piura, Tumbes, Cajamarca, Amazonas e San Martín.
Nos mesmos dias desta mobilização, a população cajamarquina estará encerrando a ‘Marcha regional dos Caxamarcas’, que começou hoje (21) e seguirá até o dia 29, percorrendo todas as províncias do departamento para esclarecer que Conga é inviável para a região e não pode ser aceita sob nenhum pretexto.
As iniciativas conjuntas querem impulsionar a luta contra a mineração na região e unir nestes dois dias a maior quantidade possível de participantes. Desde já está sendo realizada uma coleta de alimentos, roupas e medicamentos para entregar aos guardiães das lagoas.
Como medida de segurança, as lagoas ameaçadas pelo projeto mineiro Conga estão sendo vigiadas 24 horas por dia a fim de impedir que elas sejam destruídas com o início da extração de ouro e cobre.
No dia 31 de maio começa a jornada de luta macrorregional do Norte e do Oriente. Serão realizadas greves em algumas regiões do Norte do país – como Trujillo -além de mobilizações, plantões e campanhas de propaganda. Também deverão ser realizadas greves em alguns setores sociais. A mobilização não tem nada definida para acabar.
A Frente Regional de Defesa e Desenvolvimento da Liberdade (Fredell) está convocando todas as suas bases para participar das ações programas para este mês. Fredell e a população de La Libertad encaram neste município uma dura realidade, já que a mineração é praticada aí há muitos anos. Além da depredação, do saqueio dos recursos naturais e das enfermidades causadas pela atividade mineira, uma importante fonte de água, o rio Moche, está contaminado.
As atividades da empresa mineradora Barrick devem se expandir em breve com o projeto ‘Lagunas Sur’ e afetar as lagoas El Toro, Los Angeles e Verdes. Para impedir que o problema se torne mais crítico, os/as libertenhos/as estão dispostos a lutar para impedir a expansão mineira.
(Por Natasha Pitts, Adital, 21/05/2012)