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plutônio usinas nucleares passivos da energia atômica
2012-05-14

A maior parte do plutônio radioativo existente no planeta foi feita pelo Homem – cerca de 500 toneladas métricas, o suficiente para produzir 100 mil armas nucleares, de acordo com os cálculos do Conselho Internacional de Materiais Físseis. Grande parte disso é o legado deixado pela corrida nuclear entre Estados Unidos e Rússia nas últimas décadas do século 20, mas também é, cada vez mais, o legado da energia nuclear.

Agora, os físicos Frank von Hippel e Richard Garwin, junto com os cientistas ambientais Rodney Ewing e Allison Macfarlane sugerem, em comentário na Nature (Scientific American é parte do Nature Publishing Group), que enterrar plutônio seja uma solução razoável para esse acúmulo problemático.

Eles recomendaram também que o Reino Unido, que atualmente está debatendo o que fazer com suas quase 100 toneladas métricas de plutônio, mostre qual é o caminho para imobilizar o elemento em potes de cerâmica que podem, em seguida, ser enterrados em profundas cavernas ou até mesmo em poços de mineração.

O Reino Unido parece querer seguir o exemplo da França e do Japão em suas tentativas de usar plutônio nos chamados “combustíveis nucleares de óxido misto” (MOX). Ele tem esse nome porque carrega pastilhas de combustível produzidas por meio da combinação de óxido de urânio e plutônio, um fato que torna os MOX mais caros e difíceis de manejar.

De acordo com uma estimativa francesa de 2000, se comparado com barras de combustível manufaturadas a partir de urânio recém-escavado e enriquecido, reciclar plutônio adiciona US$750 milhões ao custo anual de geração de eletricidade francesa.

Os Estados Unidos estão gastando US$13 bilhões para transformar 34 toneladas métricas de seu acúmulo de plutônio em MOX, em uma instalação na Carolina do Sul. Mas o Reino Unido não foi bem-sucedido em sua última tentativa de produzir combustível MOX em Sellafield, uma instalação fechada no ano passado, após gastar US$2,3 bilhões.

Outra opção é usar o plutônio como combustível direto nos chamados “reatores rápidos”, que empregam nêutrons que se movem muito mais rápido do que nos reatores atuais para iniciar a fissão. Essa ação de alta velocidade dos nêutrons requer que os reatores sejam resfriados com algo um pouco mais difícil de lidar que a água: sódio líquido (que queima em contato com o ar ou a água).

Isso significa que os problemas de manutenção representam um problema que se espalhou pelos reatores rápidos do mundo, como o Monju, no Japão, ou o Superphénix, na França, ainda que a Rússia e os Estados Unidos tenham obtido algum sucesso.

No fim das contas, os reatores rápidos não resolvem o problema com o plutônio, apenas o camuflam: um buraco no chão para esconder o material radioativo ainda seria necessário.

Então por que não ir pelo caminho mais barato e imobilizá-lo para depois enterrá-lo? É o que pergunta a equipe de cientistas. Pode ser porque encontrar um local para enterrar o plutônio tenha se provado politicamente radioativo.

Nos Estados Unidos, a Montanha Yucca, em Nevada, não está mais próxima de ser uma solução para o lixo nuclear do que em 1980, quando foi designada pela primeira vez como lugar de descanso final para os resíduos radioativos americanos. Uma comissão recomendou que se recomeçasse tudo do zero (ainda que a Planta Piloto para Isolamento de Resíduos no Novo México tenha se saído melhor).

De acordo com um relatório de abril do Escritório de Prestação de Contas do Governo, os Estados Unidos não se prepararam adequadamente para destruir seus reatores nucleares mais velhos e nem para lidar com os resíduos radioativos deixados por eles. O problema em tratar o plutônio “como o perigoso material para armamentos que ele é”, como disseram os cientistas, é que poucos querem pagar para tê-lo enterrado, mesmo bem fundo, em seus quintais.

(Por David Biello, Scientific American Brasil, 11/05/2012)


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