Nesta quinta-feira (3), representantes de grandes companhias de toda a cadeia de produção da energia solar anunciaram a formação do Conselho Solar Global (GSC), que terá como objetivo fortalecer o desenvolvimento da energia solar por todo o mundo de uma forma competitiva.
O grupo, formado por membros das firmas Applied Materials, Dow Corning, DuPont, First Solar, Lanco Solar, Phoenix Solar, Siemens e Suntech Power, uniu especialistas de várias áreas da cadeia de suprimento solar para auxiliar o crescimento sustentável dessa fonte energética através de apoio a políticas de estímulo, à criação de empregos e ao crescimento econômico.
“O GSC é uma iniciativa industrial importante e oportuna. Demonstra um forte compromisso dos atores chave do setor em trabalharem juntos para continuar a fazer da energia solar um sucesso global”, comentou Roland-Jan Meijer, nomeado diretor executivo da coalizão. “O GSC nos permitirá continuar a expansão da energia solar em colaboração com governos e outras partes interessadas”, acrescentou Bob Hansen, diretor executivo da Dow Corning.
O grupo pretende atender a diversos campos da energia solar. “O conselho responde a todas as partes da equação solar como a cadeia de suprimentos materiais, financiamento, apoio político, pesquisa e desenvolvimento, cooperação transnacional e desenvolvimento e gestão da rede”, afirmou em seu website.
Os representantes afirmaram que pretendem trabalhar em parceria com organizações já existentes como a Associação das Indústrias Fotovoltaicas Europeias (EPIA) e a Associação das Indústrias de Energia Solar (SEIA), e exaltaram os benefícios da energia solar, enfatizando que esta está ajudando a criar muitas oportunidades econômicas sustentáveis e empregos.
“A energia solar tem se mostrado uma contribuição viável para as fontes de energia em muitos mercados, particularmente na UE e nos EUA, e a indústria continua a melhorar a custo-efetividade dessa tecnologia”, observou Hansen.
“Uma indústria solar próspera é um contribuinte importante para o crescimento econômico e de empregos em regiões em desenvolvimento. Unindo forças no Conselho Solar Global, seremos capazes de demonstrar esses benefícios para as principais partes interessadas com uma só voz e levar ao crescimento de uma economia verde”, concordou Zhengrong Shi, CEO da Suntech.
Exemplificando, o GSC lembrou que o setor solar atraiu €71 bilhões em investimentos em 2011, sendo que a energia solar fotovoltaica (PV) totalizou €60 bilhões. Entre 2000 e 2010, a produção de energia solar cresceu em média 40%, chegando a uma capacidade fotovoltaica de mais de 67 GW no final do último ano.
Um relatório recente da empresa de consultoria McKinsey estima que até 2020 a energia solar pode se tornar custo-competitiva em relação às fontes energéticas convencionais, e seu preço pode cair para US$ 1 por watt, além de a capacidade instalada da indústria poder aumentar de 400 GW a 600 GW no mesmo período.
Apesar das boas estimativas, o conselho lembrou que atualmente o setor tem enfrentado alguns desafios, como o corte de tarifas feed-in em alguns países e o caso sino-americano dos subsídios ilegais, que ameaça prejudicar as relações do setor solar destas e de outras nações.
“Em um número crescente de países e regiões do mundo... o crescimento da solar fotovoltaica está enfrentando ameaças de pedidos de medidas restritivas de comércio que impedem o acesso a mercados em vez de fornecê-los”, declarou o conselho.
“Para a solar atingir seu potencial da forma mais rápida e custo-eficiente possível – proporcionando assim o máximo beneficio econômico e ambiental – os mercados globais devem permanecer abertos para produtos comercializados legalmente. Fechar os mercados apenas servirá para aumentar preços, desacelerar a adoção da solar e fragmentar a indústria, tornando-a incapaz de competir em nível global”, concluiu.
(Por Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil, 04/05/2012)