Na sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff recebeu um telefonema da chanceler alemã Angela Merkel para informar que ela não viria mais para a Rio+20, a Cúpula sobre desenvolvimento sustentável que o Brasil sediará em junho.
Na semana passada, o Estado de S. Paulo já havia antecipado a ausência de peso, que vem se somar a uma lista que acusa a perda do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, do francês Nicolas Sarkozy e do primeiro-ministro britânico, David Cameron.
O Itamaraty já tem a confirmação de mais de 80 chefes de Estado. Mas, mais preocupados com seus problemas internos, os mandatários de algumas das principais economias do mundo decidiram que a Rio +20 não era uma prioridade.
A cúpula vai ter a presença, no entanto, dos chefes de Estado das maiores economias em desenvolvimento.
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, já confirmou presença, assim como o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. Os chineses virão com a maior delegação, mais de 200 pessoas, entre membros do governo e empresários. A maior parte dos países sul-americanos já confirmou presença.
A avaliação do Itamaraty, que coordena o esforço de organização da cúpula, é que, apesar da importância da presença do maior número possível de chefes de Estado, os resultados não dependem disso, mas do envolvimento dos países. A previsão é que mais de 150 vão mandar pelo menos delegações em nível ministerial.
A falta de interesse de chefes de Estado de grandes economias confirma o que já se desconfiava: a crise econômica internacional diminui o entusiasmo pelas discussões sobre uma nova economia, apesar de o ponto central da Rio+20 ser justamente a descoberta de um modelo que traga também mais oportunidades.
(Por Lisandra Paraguassu, O Estado de S. Paulo / IHU On-Line, 04/05/2012)