Nova pesquisa indica que degelo pode elevar oceano em até 0,8 metro. Estimativa do IPCC é que nível aumentaria cerca de dois metros até 2100
Estudo realizado por cientistas dos Estados Unidos mostra que as geleiras da Groenlândia podem estar derretendo mais lentamente do que se pensava, o que provocaria uma menor elevação do nível do mar – diferente dos cenários apresentados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC).
Segundo a pesquisa, divulgada pela revista “Science” nesta quinta-feira (3), o rápido degelo depende muito da velocidade de deslocamento de blocos em alto mar. Este fenômeno poderia provocar uma elevação de 0,8 metros do nível do mar até 2100, em vez de dois metros, como previam os cientistas.
Apesar da menor quantidade, o aumento já representaria uma maior quantidade de enchentes e tempestades no planeta, consequências da mudança climática causada pelo homem.
Deslocamento em alto mar
O resultado foi obtido a partir de análises feitas por satélites entre 2000 e 2011. Constatou-se que as maiores geleiras da Groenlândia, que terminaram em terra, se moveram mais lentamente, entre nove e cem metros ao ano. Já as geleiras que terminam em plataformas de gelo se deslocaram mais rápido, de 305 metros a 1,6 km por ano.
Para Twila Moon, uma das autoras do estudo, a velocidade de deslocamento das geleiras cresceu 30% (principalmente no sudeste da Groenlândia), o que significa uma liberação mais rápida de água doce no oceano. O fato pode influenciar nas águas quentes do Atlântico Norte.
Entretanto, os pesquisadores alertam de que eventos futuros podem interferir nas condições climáticas e, talvez, acelerar ainda mais o degelo.
(G1, 03/05/2012)