O ministro da Aviação Civil da Índia, Ajit Singh, proibiu que as empresas aéreas do país divulguem informações sobre suas emissões de gases do efeito estufa para a União Europeia (UE), vetando assim que elas participem do Esquema de Comércio de Emissões Europeu (EU ETS).
Singh afirmou que a Índia vai resolver a questão das emissões de suas empresas dentro da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO) e que não vê com bons olhos a intromissão europeia no assunto.
Desde janeiro, companhias aéreas que utilizam aeroportos europeus precisam contabilizar suas emissões para criar o padrão de referência que deverá ser utilizado a partir de 2013, quando passarão a ser obrigadas a comprar créditos de carbono se ultrapassarem sua cota.
Para minimizar o impacto inicial, a Comissão Europeia (CE) definiu que 85% dos créditos deverão ser distribuídos gratuitamente. Além disso, a CE afirma que o custo para as companhias é aceitável, pois varia entre € 4 e € 24 adicionais em uma passagem de longa distância.
Se a CE proibir as empresas indianas de voar na Europa, a Índia deve retaliar com medidas semelhantes ou taxando de forma agressiva os voos europeus sobre o país.
“Temos muitas ações que podemos considerar se a UE não voltar atrás em suas demandas. Não estamos enfrentando uma crise econômica como a Europa e uma guerra comercial agora só traria ainda mais problemas para eles”, afirmou à Reuters uma autoridade indiana não identificada.
Diversas empresas europeias perderam contratos recentemente por causa de possíveis retaliações de países contrários ao EU ETS. A francesa Airbus, por exemplo, afirmou que três estatais chinesas estão se recusando a finalizar um pedido de 45 aviões A330, uma negociação que era dada como certa e que é estimada em €9.6 bilhões.
A União Europeia defende que a inclusão do setor aéreo no EU ETS vai evitar a emissão de 183 milhões de toneladas de CO2 por ano.
(Por Fabiano Ávila, Instituto CarbonoBrasil, 30/04/2012)