Pelo acordo, MPX vai levantar R$ 1 bilhão por meio de aumento de capital. E.ON vai participar no final com cerca de R$ 850 milhões
A MPX Energia, do empresário brasileiro Eike Batista, e a alemã E.ON anunciaram nesta quarta-feira (18) a assinatura dos contratos definitivos para a criação de uma joint venture (parceria) para o que a MPX chama de "a maior empresa privada de energia do Brasil".
De acordo com comunicado divulgado pelo grupo brasileiro, juntas, as companhias irão desenvolver projetos de geração de energia convencional e renovável, bem como atividades de suprimento e comercialização no Brasil e no Chile. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o projeto em março.
A MPX anunciou em janeiro a formação da joint-venture com a elétrica alemã E.ON. A expectativa é que a aliança produza uma empresa com capacidade de geração total de 20 GW. A MPX informou que possui 11.000 MW de projetos já licenciados que serão desenvolvidos na parceria.
Faltam, contudo, algumas etapas relativas a questões financeiras e legais que precisam ser finalizadas para a concluir o processo da joint venture. As duas empresas preveem que as ações em andamento sejam concluídas por volta de julho, diz o comunicado.
“A MPX e a E.ON esperam fechar a transação em torno de julho deste ano, quando as atividades serão iniciadas para fortalecer e assegurar a produção de energia para o Brasil e Chile”, cita o documento.
Entre as etapas no processo da conclusão da parceria, os debenturistas poderão converter suas debêntures em ações da MPX e os ativos de mineração da Colômbia serão unidos, formando a CCX, uma empresa totalmente independente da MPX, listada na BM&FBovesp. Além disso, a MPX irá transferir até R$ 814 milhões à nova companhia.
A MPX deverá, ainda, levantar R$ 1 bilhão por meio de um aumento de capital. Nessa operação, a E.ON irá investir aproximadamente R$ 850 milhões para obter uma participação de 10% na empresa de Eike Batista.
A nova companhia formada pela MPX e E.ON terá 50% dos 11.000 MW em projetos da MPX, que já foram licenciados, que são Usinas Termelétricas Açu, no Rio de Janeiro (5.400 MW), Central Castilla, no Chile (2.100 MW), Usinas Termelétricas Sul e Seival, no Rio Grande do Sul (1.300 MW) e a expansão da Usina Termelétrica Parnaíba (1.500 MW).
Para a UTE Açu, a E.ON terá opção para uma participação adicional de 38,9% do projeto em valor contábil, permitindo assim que cada um dos parceiros alcance uma participação econômica de 50% no projeto, diz o comunicado.
Como parte do grupo de acionistas minoritários, a E.ON terá, também, direito de indicar um representante para integrar o Conselho de Administração da MPX.
(G1, 18/04/2012)