Passagem entre Atlântico e Pacífico evitaria ocorrência de alterações súbitas. Fechamento do estreito modificaria fluxo dos oceanos e clima global
O estreito de Bering, uma passagem de cerca de 80 km entre partes dos oceanos Ártico e Pacífico, pode ajudar limitar mudanças climáticas abruptas, segundo um estudo publicado na segunda-feira (9) na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences".
O efeito só deve ocorrer, dizem os cientistas, se o estreito continuar aberto. Caso ele se feche, o que já ocorreu no passado, alterações na circulação dos oceanos poderiam provocar mudanças súbitas e influenciar o clima global.
Estas mudanças, conhecidas como eventos de Dansgaard-Oeschger e Heinrich, ocorreram frequentemente durante o último período glacial, especificamente entre 11 e 80 mil anos atrás, segundo o estudo.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores usaram computadores poderosos, que previram impactos tanto do fechamento da passagem como da sua continuidade.
Os cientistas também argumentam que, mesmo em um cenário de aquecimento global provocado pela emissão de gases que provocam o efeito estufa, alterações climáticas súbitas não devem ocorrer se o estreito se mantiver aberto.
(G1, 10/04/2012)