Desde o Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, o Brasil se tornou um dos poucos países do mundo a saber diariamente o volume de água que entra pelas suas fronteiras na Amazônia e o volume que sai para outros países pelas principais bacias do País, além do total que deságua no Oceano Atlântico.
Com isso, o Brasil terá um maior controle da disponibilidade hídrica de suas bacias hidrográficas e um melhor acompanhamento dos eventos hidrológicos críticos, como cheias e secas, em bacias compartilhadas com outros países. O Balanço Hídrico Superficial do Brasil está disponível em http://balancohidrico.ana.gov.br/.
Com esse balanço, o Brasil passa a ter um controle via satélite, de hora em hora, em todos os rios fronteiriços e transfronteiriços – o Amazonas e o Iguaçu, por exemplo – da quantidade de água que entra no País.
Este trabalho, inédito na América do Sul, é realizado com várias instituições nacionais que colaboram no levantamento e na disponibilização das informações. O controle conta com dados enviados de hora em hora via satélite ou sinal de celular pelas estações de monitoramento.
Inicialmente, o Balanço Hídrico tratará de aspectos quantitativos relativos às águas brasileiras com e sem contribuição de outros países. Além disso, o Brasil pretende ter o controle da qualidade dos rios fronteiriços e transfronteiriços até 2015, conforme prevê o Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA).
Esta iniciativa da ANA tem o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a qualidade das águas superficiais, de forma a orientar a elaboração de políticas públicas para a recuperação da qualidade ambiental em rios e reservatórios, contribuindo com a gestão sustentável dos recursos hídricos.
Disponibilidade hídrica
O Brasil produz 12% da água doce superficial do planeta e por aqui passam 18% de toda água doce de superfície da Terra (com contribuição externa); 34,9% das Américas; e 56,9% da América do Sul. No Brasil a distribuição de água potável abrange uma vasta área geográfica, sendo que há uma desigualdade na distribuição do recurso.
Enquanto 68% da água doce está na região Norte (onde a maior parte da bacia Amazônica está localizada), esta região possui cerca de 8% da população. A região Sudeste, que inclui importantes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, detém 6% de água doce do Brasil e 45% da população.
(Por Raylton Alves, Agência Nacional das Águas / EcoAgência, 04/04/2012)