Grupo incendiou alojamentos à margem do rio Madeira, em Rondônia. Paralisação na obra terminou após acordo entre sindicato e consórcio
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, autorizou nesta terça-feira (3) o envio de mais 120 homens da Força Nacional para promover a segurança e conter eventuais atos de vandalismo e violência na usina de Jirau. Após acordo, trabalhadores da obra da hidrelétrica que estavam em greve resolveram nesta terça voltar ao trabalho. Nesta madrugada, porém, um grupo incendiou alojamentos à margem do rio Madeira, em Rondônia.
Segundo informou a assessoria da Secretaria-Geral da Presidência da República, já estão em Rondônia 100 homens da Força Nacional. A tropa de reforço deixará Brasília ainda nesta noite.
A autorização, assinada pelo ministro, deverá ser publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (4).
Na manhã desta terça-feira, onze suspeitos de participação no incêndio foram presos, informou a Secretária de Segurança, Defesa e Cidadania do estado de Rondonia. O fogo destruiu completamente 36 das 57 habitações.
O corpo de bombeiros informou que chegou à 1h no local, mas o fogo - que atingiu apenas alojamento - já havia sido extinto. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero) nega ligação com os manifestantes.
Segundo o assessor especial da Secretaria-Geral, José Lopez Feijóo, os responsáveis pelo incêndio são "um grupo restrito que resolveu impedir que a vontade democrática dos trabalhadores estabelecida em assembleia se concretizasse".
Fim da greve
Os trabalhadores das usinas de Jirau e Santo Antônio encerraram nesta segunda-feira (2) a paralisação no canteiro após acordo entre o sindicato e o consórcio. O movimento havia sido iniciado no começo do mês passado.
"Enquanto não tinha uma decisão dos trabalhadores em assembleia, o governo não podia prover nenhum tipo de segurança adicional", explicou Feijóo.
O assessor ponderou, no entanto, que a decisão de encerramento da paralisação foi majoritária, o que justificaria uma ação do governo. "Cabe ao governo agora promover e dar segurança para que os noventa e tantos por cento dos trabalhadores que resolveram voltar ao trabalho possam fazê-lo sem correr riscos", disse.
(Por Priscilla Mendes, G1, 03/04/2012)