Navio do Greenpeace detectou mancha de petróleo no litoral da Escócia. Plataforma de companhia francesa foi esvaziada por risco de explosão
Uma mancha de óleo se espalhou em torno da plataforma onde foi registrado um vazamento de gás no Mar do Norte, afirmaram nesta segunda-feira (2) ativistas do grupo ambientalista Greenpeace a bordo de um barco próximo ao local do acidente, mas a companhia francesa Total alega que a camada era formada por gás condensado.
A embarcação "Koenigin Juliana", da organização ambiental, passou várias horas desta segunda no limite da zona de exclusão marítima estabelecida em torno da plataforma abandonada da Elgin pertencente ao grupo petroleiro francês, a 240 km da cidade escocesa de Aberdeen.
A Total insiste em que o impacto ambiental desde o início do vazamento da plataforma, em 25 de março, é "relativamente desprezível". Mas Christian Bussau, especialista do Greenpeace que está no barco, disse que a camada de óleo ao redor da plataforma estava se espalhando e que a organização estava coletando amostras do ar e da água.
Busseau acrescentou que acreditava que a substância fosse petróleo, embora tenha admitido que o Greenpeace não podia analisar as amostras até retornar à sua base na Alemanha, o que está previsto para a primeira hora da manhã de quarta-feira (4). "É um acidente muito grave, a Total deve começar imediatamente a tapar o vazamento ou a poluição não vai parar", acrescentou.
Processo de limpeza
O grupo francês preparou um avião de transporte Hércules carregado com um produto que pode ser vaporizado sobre o gás para dispersá-lo, mas indicou que não espera que seja necessário enviá-lo. A Total destacou que a camada é formada por "condensado leve de gás".
"O condensado leve não representa uma ameaça significativa para as aves marinhas ou outras espécies animais", declarou uma porta-voz da Total. O Greenpeace enviou o "Koenigin Juliana" da Alemanha no sábado.
"As companhias petroleiras com frequência ocultam informações quando há acidentes", disse Bussau na manhã desta segunda-feira. "Queremos ter nossa própria ideia do dano ambiental no lugar dos fatos", acrescentou.
Prejuízo financeiro
A Total, que perdeu US$ 10 bilhões de capitalização em bolsa desde que o vazamento foi descoberto, espera que os reguladores britânicos a autorizem a intervir na plataforma.
O diretor financeiro do grupo, Patrick de la Chevardière, informou na segunda-feira, durante conferência com analistas em Paris, que as medidas tomadas para tentar resolver o problema custam "ao redor de um milhão de dólares diários".
Após a extinção do queimador que impedia o acesso à plataforma devido ao risco de explosão, a Total se concentra agora nas operações de tamponamento.
A primeira etapa consistirá no envio de uma equipe com especialistas da empresa americana "Wild Well Control", que já interveio no Golfo do México, após a explosão da plataforma da BP Deepwater Horizon, em 2010.
A Total se prepara também para injetar lama de alta densidade no poço acidentado, assim como perfurar dois poços auxiliares a fim de deter o escapamento, caso a primeira opção, mais rápida mas que requer a presença de especialistas na plataforma, não seja possível.
A empresa definiu o acidente como "o mais grave" no Mar do Norte em pelo menos dez anos.
(AFP / G1, 02/04/2012)