Objetivo é reduzir queima de carbono, que ajuda a esquentar o planeta. Regras só se aplicam a futuras instalações
Os Estados Unidos estabeleceram nesta terça-feira (27) as primeiras normas nacionais sobre emissões das centrais elétricas, como o objetivo de reduzir a queima de carbono, considerado um dos grandes culpados pelas mudanças climáticas.
Depois de mais de um ano de deliberações, o governo do presidente Barack Obama decidiu que as regras se aplicam somente às futuras instalações e abriu caminho para mais usinas de carvão, caso elas sejam modernizadas.
A geração de eletricidade é responsável por 41% das emissões de carbono na maior economia do mundo, que os cientistas culpam pelo aumento da temperatura global e pelas mudanças climáticas.
Impactos
A chefe da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), Lisa Jackson, declarou que aprovava a decisão com a esperança de "melhorar as vidas de nossos filhos e dos filhos de nossos filhos" e para incentivar a liderança global dos Estados Unidos em energia limpa.
"Sabemos que o impacto potencial das transformações climáticas afeta tudo, do turismo à agricultura, e deixará um rastro ambiental e econômico extraordinário se não forem controladas", explicou a jornalistas por telefone.
Jackson disse que após um período de concessão de 12 anos para os projetos em construção, a agência não permitirá que as usinas emitam mais de 454 quilogramas de carbono por megawatt-hora.
O gás natural gera um pouco menos que isso, mas as usinas de carvão padrão emitem quase o dobro por hora. As energias renováveis como a solar e a eólica, juntamente com a nuclear, geram muito menos.
Debates
A administração de Obama se comprometeu a reduzir as emissões de carbono dos Estados Unidos, mas seus esforços enfrentam a forte oposição da indústria e do Partido Republicano, cujos muitos membros questionam se existe realmente uma transformação no clima como afirmam os especialistas.
As propostas dos aliados de Obama para estabelecer um sistema nacional para frear a emissão de carbono não tiveram sucesso no Congresso.
As negociações lideradas pela ONU para um novo acordo mundial sobre o clima também não progrediram muito, com a China - que superou os Estados Unidos como o maior emissor de gás carbônico - exigindo um maior comprometimento americano.
(AFP / G1, 27/03/2012)