Nesta manhã (30 de março), a militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Ivanei Dalla Costa, denunciou a violação dos direitos humanos e os graves impactos sociais e ambientais causados pela construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, que tem financiamento do banco espanhol Santander.
A denuncia foi formalizada na reunião dos acionistas do banco, que juntamente com o Banif (Portugal) e GDF-Suez (França e Bélgica), em 2010 foram denunciados pela construção das barragens de Santo Antônio e Jirau e condenados pelo IV Tribunal Permanente dos Povos, realizado em Madrid.
Naquela oportunidade, o MAB, o FOBOMADE (Bolívia) e o SETEM (Espanha), baseados nas ações do Ministério Público Federal e Estadual, na medida cautelar que tramita na Corte Interamericana de Direitos e nos impactos causados com a obra denunciaram as empresas responsáveis por um ECOCÍDIO, em conseqüência da destruição do Rio Madeira, da Amazônia e de recursos vitais para os povos ribeirinhos e indígenas.
Na sentença proferida, o Tribunal condenou a atitude do Santander, do Banif e da GDF-SUEZ, pelas “graves, claras e persistentes violações dos princípios, normas, convênios e pactos internacionais que protegem os direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais das pessoas”.
Na reunião de hoje com os acionistas, a coordenadora nacional do MAB mencionou a perda completa da pesca nas áreas próximas à hidrelétrica, a total irresponsabilidade na construção da barragem, a vasta inundação em pleno pulmão do planeta, as péssimas condições trabalhistas dos mais de 20 mil operários que estão trabalhando na barragem e o risco de um conflito internacional, já que as barragens de Santo Antônio e Jirau afetarão a Bolívia.
Ivanei também mencionou que desde o dia 20 de março de 2012 as obras da barragem estão paralisadas por uma greve, é a quarta vez desde 2008.
Além da denúncia formulada pelo MAB de violação dos direitos humanos dos atingidos com a construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, estiveram presentes na reunião do Santanter a organização SETEM, o Centro Delàs de Estudos pela Paz e Justiça e o Observatório da Dívida na Globalização, representantes da campanha "Banco Santander sem armas", que denunciaram que este banco é a segunda entidade financeira espanhola que mais investe no setor armamentício e que sua política corporativa de direitos humanos e de responsabilidade social é incoerente com suas atividades reais.
Mais informações: (11) 3392.2660
(MAB, 30/03/2012)