O secretário-executivo da Rio+20, o embaixador francês Brice Lalonde, afirmou na quinta-feira que a conferência deve produzir um mandado para que a ONU apresente, em um prazo de três anos, um indicador alternativo ao PIB, criticado por não contabilizar os impactos ambientais da produção de riqueza.
A reforma da medida da riqueza das nações tem sido uma das principais pautas da conferência mundial para o desenvolvimento sustentável, que será realizada em junho no Rio de Janeiro.
Falando a jornalistas durante o Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus, Lalonde disse duvidar que do Rio já possa sair o novo indicador. "Não tenho certeza de que conseguiremos criar em três meses, porque já houve muita discussão em 30 anos", afirmou ele, que é responsável por toda a parte logística da conferência.
O secretário-executivo também mandou um recado aos líderes dos países que se preparam para vir à cúpula: "Não venham ao Rio se vocês não tiverem compromissos."
Ele disse esperar que a conferência produza um "compêndio de compromissos", entre os quais objetivos de desenvolvimento sustentável nas áreas de água, energia, comida, oceanos e "solidariedade social" (algo como a disseminação de programas de transferência de renda como o Bolsa Família).
"Espero que a declaração final da conferência seja seguida de um anexo, que contenha um plano de ação", disse Lalonde.
A exemplo do que a ex-premiê norueguesa Gro Brundtland afirmou à Folha, Lalonde disse crer que as ações na área de eficiência energética, capazes de ajudar a reduzir emissões, possam ser um dos resultados mais promissores da conferência.
(Por Claudio Angelo, Folha Online, 23/03/2012)