Às vésperas da Rio+20 e com a votação do Código Florestal estagnada por conta de desentendimentos entre o Congresso e o governo, que não aceita alterações no texto que veio do Senado, o desmatamento na Amazônia mostra novamente as caras. De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, foram detectados 107 km² de desmatamento na Amazônia Legal somente neste último mês de fevereiro. Esse número representa um aumento de 59% em relação a fevereiro de 2011, quando o desmatamento somou 67 km².
Um dos maiores devastadores de floresta para produção de gado e soja, o estado do Mato Grosso concentrou a maior parte do desmatamento no período (65%). O restante ocorreu em Rondônia (12%), Amazonas (10%), Roraima e Pará (7% cada). Os dados mostram que a degradação florestal, por sua vez, diminuiu 15% em comparação a fevereiro de 2011. A maioria (70%) dos 95 km² totais ocorreu novamente em Mato Grosso, seguido por Rondônia (15%), Roraima (9%), Pará (5%) e Amazonas (1%).
Já no acumulado entre agosto de 2011 e fevereiro de 2012, um cenário mais favorável para as florestas: o desmatamento somou 708 km², uma redução de 23% com relação ao ano anterior (agosto de 2010 a fevereiro de 2011), quando o desmatamento chegou a 922 km². No mesmo período, a degradação florestal acumulada foi de 1.528 km². Em relação ao período anterior, quando a degradação somou 3.814 km², houve uma redução de 60%.
O desmatamento detectado nesse último mês comprometeu 6,6 milhões de toneladas de CO2. No acumulado do período, as emissões de CO2 equivalente vindas do desmatamento totalizaram 47 milhões de toneladas. Mesmo sendo números superlativos, isso representa uma redução de 14% em relação ao ano anterior.
O monitoramento do SAD neste último mês foi parco. Os satélites conseguiram dados de apenas 24% da área florestal na Amazônia Legal. O restante estava coberto por nuvens.
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(Greenpeace, 19/03/2012)