O Banco Interamericano de Desenvolvimento propôs que seus países membros fizessem empréstimos em caso de necessidade de resposta a desastres naturais, disse o presidente do banco multinacional no sábado.

Luis Alberto Moreno afirmou que o fundo para desastres seria financiado por créditos normalmente reservados para gastos contracíclicos em crises econômicas.

“O que queremos fazer é liberar esses créditos para coisas relacionadas a desastres naturais, para que os países possam estar prontos para desembolsá-los se precisarem”, declarou ele à Reuters.

Ele não disse quanto dinheiro ficaria disponível para desastres, mas pareceu minimizar as expectativas sobre quanto financiamento seria colocado à disposição. “Isso é algo que temos que discutir” com os estados membros, afirmou ele.

O BID é uma das principais fontes de financiamento para desenvolvimento da América Latina e do Caribe e aprovou US$ 10 bilhões em empréstimos no último ano.

Moreno declarou que não espera que o banco realize outro aumento de capital geral após uma elevação recente de US$ 70 bilhões para US$ 170 bilhões. O aumento elevou a capacidade anual de empréstimo do BID para cerca de US$ 12 bilhões.

Koldo Echevarria, um gerente do BID, disse que o plano de desastres naturais apresentado pelos diretores do banco permitiria a todos os países usar os empréstimos para reforçar seus sistemas financeiros. Ele não disse quando o quadro de diretores votaria a proposta.

A América Latina tem sofrido grandes desastres nos últimos anos. Em 2010, um terremoto matou 300 mil pessoas e deixou mais de meio milhão de desabrigados no Haiti, país mais pobre da região. Nesse mesmo ano, um dos maiores terremotos registrados causou US$ 30 bilhões de danos no Chile, modelo econômico na América Latina.

“Nenhum país está imune à possibilidade de ser afetado por uma crise [de desastres naturais]. O que estamos fazendo é projetar uma série de instrumentos para ajudá-los”, declarou Echevarria.

(Por Antonio De la Jara e Terry Wade, com tradução de Jéssica Lipinski, Reuters* / Instituto CarbonoBrasil, 19/03/2012)

* Leia o original (inglês).