União vai ampliar a autorização para uso de milho como ração
As perdas em decorrência da seca durante o verão no Rio Grande do Sul ultrapassam R$ 5 bilhões, aponta levantamento divulgado pelo governo do Estado. O valor se refere apenas a lavouras de grãos e foi calculado comparando a produção atual com a da safra anterior.
Das 496 cidades gaúchas, 355 decretaram emergência desde dezembro devido à falta de chuvas. O prejuízo para a economia estadual ainda deve ser superior, já que o impacto da estiagem sobre a produção de leite, um dos setores afetados, não foi calculado.
No levantamento do governo, os maiores estragos foram registrados em plantações de milho e soja, com quebras na casa dos 40% em comparação com a safra anterior.
A falta de chuvas já vinha obrigando o governo gaúcho a medidas extremas, como liberação de trigo para alimentação de animais no Estado. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) subsidiou o preço do milho para emprego como ração. Parte dos grãos para abastecer fazendas gaúchas veio de Mato Grosso.
Milho
O governo vai ampliar a medida que abriu a possibilidade de pecuaristas prejudicados pela seca e pela escassez de milho adquirirem parte dos estoques públicos do produto para usar como ração animal. A mudança sairá nos próximos dias em uma portaria interministerial.
O limite de aquisição pela venda balcão (fora de pregão), que era de até 6.000 toneladas por produtor na primeira portaria publicada no "Diário Oficial da União" no dia 3 de março, será ampliada para 27 mil toneladas.
Além disso, os produtores do Paraná também passaram a ter direito à compra do milho subsidiado, no valor de R$ 21 a saca de 60 quilos.
A primeira medida abrangia apenas os Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Rio de Janeiro e das regiões Norte e Nordeste, além do norte de Minas Gerais.
(Por Felipe Bächtold, com colaboração de Priscilla Oliveira, Folha de S. Paulo, 09/03/2012)