Militares levarão módulos emergenciais para hospedar a equipe que irá reconstruir a Estação Comandante Ferraz. Almirante Ferreira diz que as bases da Coreia do Sul e da Espanha servirão de modelo para nova estação brasileira
A Marinha levará módulos emergenciais para a Antártida para não prejudicar as pesquisas e abrigar no próximo verão, a partir de novembro, os pesquisadores e militares que participarão da construção da nova Estação Antártica Comandante Ferraz.
"Esses módulos também servirão como um canteiro de obras", declarou ontem o almirante Marcos José de Carvalho Ferreira, secretário da Comissão Interministerial para Recursos do Mar. Os módulos são como contêineres.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação também estuda enviar, nas próximas semanas, painéis solares para manter funcionando os equipamentos de coleta de dados que sobreviveram ao incêndio e estão agora ameaçados pela falta de energia.
"O importante é dar a máxima continuidade ao programa", disse o ministro Marco Antonio Raupp.
Em reunião da Frente Parlamentar Proantar (Programa Antártico Brasileiro), Ferreira também disse que um incêndio no gerador a diesel, provavelmente provocado por um curto-circuito elétrico, foi o que causou a destruição de 70% da base e a morte de dois militares que tentaram controlar o fogo.
A possibilidade de um problema elétrico já havia sido aventada pelo embaixador do Brasil no Chile, Frederico Cezar de Araújo.
O almirante afirmou ainda que não há como definir prazo e custo para a construção de uma nova estação. Segundo ele, as bases mais modernas da região são as da Coreia do Sul e da Espanha. Elas servirão de exemplo para a nova estação brasileira.
Recursos
A medida provisória do governo com recursos emergenciais para a base neste ano deve chegar a R$ 40 milhões.
Segundo a deputada Jô Moraes (PC do B-MG), vice-presidente da frente parlamentar do programa, o valor servirá para auxiliar na remoção dos entulhos e para a construção dos módulos.
Na reunião, os parlamentares da frente se comprometeram em pedir emendas individuais para o Orçamento de 2013 no valor de R$ 500 mil para o Proantar, somando cerca de R$ 65 milhões, valor cinco vezes maior que o previsto para este ano.
(Por Simone Iglesias e Claudio Angelo, Folha de S. Paulo, 01/03/2012)