Entre 1949 e 1971, uma instalação da Monsanto na cidade de Nitro, no estado norte-americano da Virgínia Ocidental, produziu o herbicida 2,4,5 Triclorofenoxiacético (2,4,5 T), um dos principais ingredientes do ‘agente laranja’ – arma química muito utilizada na guerra do Vietnã, responsável por provocar enfermidades irreversíveis, sobretudo malformações congênitas, câncer e síndromes neurológicas.
Em 2004, residentes de Nitro entraram com uma série de processos contra a Monsanto, alegando que haviam sido expostos a níveis até 100 mil vezes acima do tolerável de dioxinas, que teriam sido liberadas no meio ambiente como resultado das atividades da Monsanto na cidade.
Depois de sete anos de batalhas judiciais, a empresa conseguiu chegar a um acordo com os moradores e vai desembolsar mais de US$ 90 milhões em monitoramento médico pelos próximos trinta anos. Além disso, a Monsanto vai realizar a limpeza das antigas instalações, desativadas em 2000, e também pagará os custos do processo legal.
“Este acordo garante o atendimento das exigências da comunidade e também que serviços de saúde estarão à disposição dos moradores de Nitro. Estamos satisfeitos de resolver essa questão e assim pôr fim às preocupações históricas sobre as operações na cidade”, afirmou Scott Partridge, vice-presidente da Monsanto.
A companhia havia tentado ser absolvida nos processos alegando que estava a serviço do governo norte-americano, o que a protegeria das acusações referentes ao manejo de resíduos da instalação de Nitro. Mas no começo deste ano um juiz considerou que o argumento não era válido.
(Por Fabiano Ávila, Instituto CarbonoBrasil, 27/02/2012)