O ministro de Meio Ambiente da Alemanha, Norbert Roettgen, revelou nesta quinta-feira (23) a aceleração da redução dos subsídios para o setor solar do país, com cortes nas tarifas feed-in já a partir de março, dois meses antes do que era previsto.
A decisão acontece depois de uma grande expansão na capacidade solar no ano passado, bancada em parte pelos consumidores que, por causa dos subsídios, pagavam preços acima do mercado pela eletricidade.
Entre os cortes anunciados estão a redução de 20,2% nas tarifas feed-in para sistemas de até 10kW, de 25% a 29% para instalações entre 10kW e 1000kW e de 26% para os acima de 1000kW.
Assim, o governo está propondo pagar €0,195/kWh para esquemas com menos de 10kW e €0,165/kWh para os menores de 1MW. Fazendas solares com capacidade inferior a 10MW e instalações em telhados entre 1MW a 10MW receberão €0,135/kWh. Qualquer sistema acima de 10MW deixará de ter direito a subsídios já a partir de julho.
Além disso, Roettgen afirmou que os cortes ficarão mais frequentes, com as tarifas sendo reduzidas em €0.15 todos os meses a partir de maio até o fim do ano.
O ministro declarou que o programa de subsídios foi um grande sucesso, resultando na consolidação da energia solar no país. Porém, destacou que é necessário uma reforma para que o esquema continue funcionando, já que a popularização da tecnologia apresenta como consequência o barateamento dos custos para as empresas.
Com o corte dos subsídios, o crescimento esperado do setor para 2012 e 2013 é de algo entre 2,5GW e 3GW depois de ter alcançado 7,5GW em 2011.
Cerca de 50 empresas, como a Solarworld e a SMA Solar Technology, programaram para esta sexta-feira (24) um protesto contra a decisão.
(Por Fabiano Ávila, Instituto CarbonoBrasil, 24/02/2012)