País quer órgão que considere lado econômico e social do desenvolvimento. Segundo diplomata, agência só ambiental pode representar um retrocesso
O Brasil se colocou contra a criação de uma organização mundial de meio ambiente, nesta quinta-feira (16). Ela é uma proposta europeia, que será discutida na Cúpula de Desenvolvimento Sustentável da ONU, a Rio+20, no Rio de Janeiro, em junho.
Um dos objetivos da Rio+20, que reunirá líderes de todo o mundo entre 20 e 22 de junho, é fortalecer a governança internacional para conseguir enfrentar a crise ambiental do planeta e impulsionar acordos mundiais para o desenvolvimento sustentável.
"O que a maioria dos países em desenvolvimento acredita é que, quando criarmos uma nova estrutura de governança [internacional], ela terá que se concentrar no desenvolvimento sustentável" do planeta, levando em conta suas vertentes econômicas e sociais, não apenas o meio ambiente, disse o chefe de negociação do Brasil, André Corrêa do Lago, por telefone.
"Achamos que isolar o meio ambiente com uma organização mundial do meio ambiente" que não leve em conta as vertentes econômica e social do desenvolvimento sustentável "é dar um passo atrás", disse o brasileiro.
Os críticos argumentam que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), creado há 40 anos, carece de força e meios. Alguns propõe fortalecê-lo, enquanto outros propõem convertê-lo em agência.
A proposta de criar uma agência ou organização mundial do meio ambiente conta com o apoio de mais de 100 países, afirmou em janeiro Nathalie Kosciusko-Morizet, ministra do meio ambiente da França, país que lançou a ideia.
A Rio+20, destinada a obter consensos na luta contra a crise ambiental e impulsionar um crescimento econômico mais 'verde' e social, será a quarta cúpula mundial sobre o meio ambiente o o desenvolvimento sustentável, depois de Estocolmo, em 1972, do Rio de Janeiro, em 1992, e Joanesburgo, em 2002.
(AFP / G1, 16/02/2012)